UNITA revela que a fome faz vítimas mortais na província do Huambo

 Secretária Provincial da UNITA e Deputada pela Bancada Parlamentar do mesmo partido, Albertina Navita Ngolo, revelou ontem, 10, ao Factos Diários que a província do Huambo atravessa momentos mais terríveis da sua história por falta de alimentação causada pela seca.


Por Isidro Kangandjo

 

A mulher que representa a maior força política na oposição no planalto Central, fez saber que a fome causou imigração de muitos huambuenses, outros morreram e os restantes passam a vida a mendigar nas casas urbanas e semáforos do centro da cidade com a finalidade de matar a fome.  

Factos Diários: Senhora secretaria, nós temos acompanhado algumas reclamações com relação os efeito da seca que assola o sul do pais e hoje há indícios da província do Huambo já vive o mesmo problema. Domina da situação?

Navita Ngolo: Com certeza, a situação é pública como sabe a seca atinge a província do Huambo por uma simples razão: o ano agrícola que passou o Huambo não teve chuva, portanto, as chuvas devastaram as culturas dos cidadãos e isso acabou por afetar a colheita e sem colheita e outras fontes de rendimento, acrescendo a isso uma taxa elevada de desemprego sobre tudo na juventude e das mulheres, o efeito imediato é com certeza a fome.

Sem produtividade as famílias ficaram sem comida, sem os seus rendimento porque há aquelas que comercializam os seus produtos do campo com maior realce o feijão e milho. Hoje, por falta de produção, os preços dos produtos agrícola e outros produtos importado acabaram também por sofrer o efeito de alta de preços inflação generalizada e, no Huambo, neste momento há muita fome. Infelizmente há pessoas nas aldeias e bairros urbanos que morrem a fome e muitos até abandonaram suas áreas de conforto imigrando para províncias do Bié e Cuanza Sul.

Outras ainda, para sobreviverem, têm que ir nas áreas de produção onde está se explorar o ouro, arriscam suas vidas onde a Polícia e a força militar estão a guardar terrenos de exploração das empresas estrangeiras e de outras pessoas poderosas vão para la trabalhar para ver se tiram algum rendimento para seu sustento.

Factos Diários: Estamos diante de um estado de emergência para mitigar essa situação?

Navita Ngolo: É um facto, são dados palpável que até algumas pessoas para além do alimento, hoje no Huambo já começou a chover mas há escassez de semente porque tudo estragou no campo e a procura de sementes para além do fertilizantes é outros problema que se deparam as populações do Huambo.

Factos Diários: Senhora Secretaria, quais são os municípios mais críticos ou mais afectados pela seca neste momento?

Navita Ngolo: A seca foi geral, mas a região norte do Huambo por exemplo a Tchicala Tcholoanga, de uma forma geral a seca afetou o Huambo inteiro e  não vale apenas eu escolher porque não teve chuva em toda província. Por estes não tiver colheitas porque secou e com a seca com certeza vem a fome. Hoje os produtos tem que se ir buscar no Bié, Catabola até o milho está muito caro porque tem que importar de outras área que não teve o problema que o Huambo teve.

Factos Diários: A senhora secretaria avançou a bem pouco tempo sobre a fome que já causou a morte de algumas pessoas, é possível avançar as localidades?

 

Navita Ngolo: As localidades são tantas, só no município sede há comunidade que também não só pela seca mais pelo custo elevado de vida pela alta do desemprego e por falta de condições para a pessoa se inserir na vida activa vimos famílias que padecem de tudo e mais alguma coisa e outros a morrerem mesmo.

 O sinal claro é de todos os dias sobre tudo nas centralidades,  pessoas que tem alguma coisa a mais que os outros, ajudam as crianças e sobre tudo mulheres de idade media e de idade avançada que passam a vida  bater as portas para pedir o manjar.

As crianças praticamente passam todo dia alguns nos semáforos outras passam o dia nas centralidades sobre tudo na centralidade do Lossambo a pedir bocado de comida e muitas delas só saem do Lossambo 18 ou 19 horas.

Na hora do regresso, é visívelnas estradas a pedirem boleia para voltarem nas suas zonas de origem com alguma coisa que terão conseguido.

Factos Diários: A senhora tem um número aproximado de pessoas que mendigam só na centralidade do Lossambo?

Navita Ngolo: Não consigo dar um número exacto, mas  exagero,  cada casa por dia não são menos de trinta crianças misturado com adultos que veem pedir alguma coisa para comer.

Factos Diários:  Isso significa que o número de pedinte no Huambo aumentou de uma forma assustadora?

 

Navita Ngolo: Aumentou e é vista nos semáforos, na urbe, nas centralidades é vista nas ruas eu lembro-me uma vez estávamos andar pela cidade entender de repente um número que a principio pareciam dez ou doze entre mulheres e idosos abordaram-nos entendemos seus problemas de repente apareceram cerca de 30 ou 40. É só para ver que as pessoas hoje por falta também do fraco sistema de providencia social das transferências direitas para as famílias, apesar de haver o programa kwenda, em todo lado nas comunas onde estou a passar, as pessoas que com eles converso, nunca ouviram e não sabem do programa kwenda e eu não sei o que está se passar se o Huambo não está abrangedo pois parecia que o Londuimbali pelo menos devia assumir isso.

A população do Humano não sente o pacto do programa kwenda que visa entregar 8.500,00 por família, porém não sei se é esse que transformaram na tal festa de uma fanta de sal que não chega para nada e, na minha opinião, peço que medidas económica estruturante, aqueles que possam revitalizar a posição aquelas que evitem que as economias, sejam partidarizada.

São urgente e necessária para levantar aquilo que se chamou sempre de celeiro de Angola celeiro da produção hoje os filhos que vemos ali no Huambo não tem cereais que deviam facilitar a vida interna da província a produção interna ainda precisa de um pouquinho mais de investimento é preciso que se pense por exemplo em criar fabricas de fertilizantes para que os fertilizante não sejam entregues com uma característica de campanha eleitoral porque os fertilizante são fundamentais para fortalecer o solo.

Factos Diários: Senhora Navita Ngolo, como tem acompanhado atuação do governo provincial do Huambo para mitigar este assunto?

 

Navita Ngolo: Eu vejo um governo que está mais preocupado a criar medidas paliativas sobre tudo aqueles que estão ligadas do tipo das pessoas vincular ou ter que apresentar cartões de Partido-Estado, MPLA, para receber um copo de semente acho que não vamos por ali, é preciso despir-mos da manutenção do poder mas olharmos sobre tudo para aquilo que realmente ajuda a produção sobre tudo as famílias traçando algumas medidas que tende ajudar as famílias para melhorarem a sua produção que são feitas pela ADRA e outras ONG mais não estão a chegar realmente às famílias porque que cria segurança alimentar e o desenvolvimento deve ser feito pelas famílias e as famílias serão auxiliada pelas alfaias agrícolas por sementes mas de uma forma liberada não de uma forma controlada.

Há uma tendência de centralização outra vez da produção e há uma tendência de se apoiar as cooperativas mas não seja aquelas cooperativas no tempo da economia centralizada que tem que controlar todo mundo se pertence a esse ou aquele partido. As cooperativas são importantes mais do que isso é importante apoiar as famílias são unidades já ai perfeitas devem ser auxiliada para a produção, os tratores que o estado dá para que se auxilia a plantação não sejam sado de forma errada ou desviado para outros fins ou fazenda seja usada mesmo para auxiliar as produções das famílias por tanto, há uma serie de situações que pensamos que não está a ser feita como deviam ser.

Factos Diários: O que estás a deduzir?

Navita Ngolo: É preciso liberar a produção, é preciso auxiliar a economia, produção de cultura familiar é uma verdadeira aposta para o desenvolvimento e a revitalização da produção interna.

 

Factos Diários: A quem diga que a distribuição a estruturação de cooperativa para entrega de materiais agrícolas tem tido como regra aquém pertence o partido do estado, essa realidade também acontece na província do Huambo?

 

Navita Ngolo: Infelizmente sim, para haver uma tendência de condicionar as cooperativas porque quando você forma uma cooperativa com certeza não quem de direito não deve olhar para quem tem o cartão disso ou daquilo, por tanto, é preciso incentivar e instruir de forma natural e não de forma forçosa ou serem controladas por agentes que são mais ativistas políticos do que realmente temos, naquele tempo, havia o auxilio da produção, eram feitos por técnico agrícolas, imagine que o Huambo é uma província que tem faculdade e Instituto Medio Agrários é um celeiro de técnicos para juntar agricultura para que às universidades sejam usadas para ajudar tanto as cooperativas como as famílias. Eu não sou muito apologista da presença do estado em tudo, o estado não deve estar nas cooperativas e na família, aliás até a nossa economia de mercado é posta na iniciativa privada.

Então haja sim mecanismo regulador que facilitem o espirito de cooperativa de associações mas também olhemos nas unidades naturais, os gentes que são empresários das empresas privadas porque são as famílias que precisam de aceder a crédito para poderem fazer agricultura, os empresários também são potencializadores que nasce, cresce, cria emprego e outros assuntos, porém, as cooperativas é importante mas não voltemos ao tempo da sinalização económica porque hoje o que acontece queremos controlar tudo inclusive as comissões de moradores.

Factos Diários: Como sair dessa situação preocupante?

 

Navita Ngolo: O Huambo tem tudo para dar certo se utilizar o capital humano que tem que sair daquelas universidades. Eu conheço homens e mulheres que podem muito bem ajudar as famílias, é só uma questão de organização e de retirarmos um pouquinho essa mão que quer fazer tudo, o Estado deve ser o regulador da economia e não tão presente e nem não ver como está acontecer se não assim a nossa economia não cresce porque não estamos a inverter os pressupostos de uma economia do mercado.

 

Factos Diários: Tem a mesma opinião que o regime possivelmente está cansado e já não tem mais nada a dar ao povo angolano sugerindo alternância para corrigir esse problema que assola o nosso país?

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Navita Ngolo: Em democracia alternância não pode ser um tabú. Alternância cria mudança, reverte alguns pressupostos do estado que governa, quem alterna cria uma nova dinâmica social, política, económica e como é uma alternativa nova tem que gerir espectativa dos cidadãos, tem que fazer esforços para responder as necessidades dos cidadãos.

Entendemos nós que quase 46 anos é muito e o que acontece é mais gestão do poder do que exercício do poder, porque o exercício do poder de uma forma nata é aquele que cria o bem-estar dod cidadãos um governo que se prevê e cria mudança, responde espectativa dos cidadãos, cria transformação política e económica e nós estamos há 19 anos de paz que antes a guerra era um alicate para o desenvolvimento, durante esses 19 anos, Angola teve rendimento exorbitante do petróleo o que aconteceu esse rendimento não foram usados para desenvolver Angola, não foram usados para melhorar a saúde, educação as infraestrutura criada foram maior investimento que o governo fez acabaram por ser mais sobre facturar do que realmente qualitativo e, hoje, estamos a ver tudo tem que começar de novo.

Portanto, alternância é o meio caminho que poderá com certeza mudar o nível de vida dos cidadão e nesse momento não temos é o pressuposto fundamental para o regime democrática, alternância é necessária, urgente que deve ser operada em 2022.

Factos Diário: Com a UNITA?

Navita Ngolo: Com certeza, e ACJ.

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