“MPLA há muito que deixou de perceber as reais necessidades desta juventude”

Eduardo Garcia Secretário Nacional da Juventude Patriótica de Angola, JPA, braço juvenil da CASA-CE disse ontem, 13, ao Factos Diários, que a manifestação é um direito consagrado na Constituição da República de Angola no artigo 47, portanto, seu exercício não constitui crime e estará a incorrer em crime quem, querer proteger interesses alheios às reais necessidades do povo, sobretudo da juventude, criar um conjunto de instrumentos que, ao arrepio da Constituição impeça que tal ocorra.


Por Amélia Rosa

Sobre as manifestações que vem acontecendo em Angola nos últimos meses, o jovem político considera como consequência das promessas não cumpridas ao longo dos 45 anos de independência e 18 anos de paz.

“O partido que governa, há muito que deixou de perceber as reais necessidades desta juventude, passaram a governar para seus umbigos, cometendo todo tipo de atrocidades e tornaram-se insensíveis ante o sofrimento deste povo. A juventude, hoje, percebeu que promessas não enchem barriga e palavras não levam pão à mesa, portanto, precisam de sinais claros, acções concretas e inclusivas que garantam resultados no processo de resolução dos seus problemas, tais como o desemprego, a habitação e outros”, disse.

Sobre a pressão dos jovens quanto a realização das eleições autárquicas, Secretário Nacional da JPA Eduardo Garcia, entende que embora não seja a solução imediata de todos os problemas, é sobretudo, um dos caminhos para sua mitigação porque, segundo conta, “são eles quem decidem quem os pode governar, o fiscalizam e decidem novamente para sua continuidade ou não. O MPLA não pode pensar que este povo, estes jovens só têm direito de votar. Tal como têm o poder de eleger, também têm o direito de destituir e uma das formas de demonstrar que já não se quer este governo, porque falhou, é a manifestação”, disse.

Eduardo Garcia, conta que o cenário do dia 11 de Novembro foi preocupante para a JPA  porque temiam  exactamente o que veio a ocorrer, a brutalidade da polícia, à semelhança do que ocorreu no dia 24 de Outubro. “Perdemos três jovens nas duas últimas manifestações realizadas em menos de um mês. Isto é normal? O Presidente da República dorme tranquilo sabendo que a “sua polícia” que deveria ser nossa, republicana, mata jovens por exigirem as promessas que ele mesmo fez? Este país não um laboratório de ensaio, ele é real e quem está no poder deve compreender isto, pois que, as vidas perdidas não voltarão e enfraquece a todos nós e regride nalguns avanços já conseguidos” lamentou.

ACÇÕES DA JUVENTUDE PATRIÓTICA DE ANGOLA NO TEMPO DA COVID-19

DISCURSO BRUTO

Nesta fase temos estado envolvidos em muitas acções, desde aquelas que estão definidas no nosso programa, bem como outras onde somos convidadas a participar, tais como as campanhas de sensibilização dos jovens no sentido de continuarem a observar as medidas de prevenção da covid-19, criação de núcleos, visitas as nossas estruturas de base para avaliar seu grau de funcionamento e adopção de medidas de reforço e capacidade institucional para que sejam mais dinâmicas. Neste mês por exemplo, comemoramos 7 anos desde a morte de Hilbert Ganga, em 2013, assim, nossas atenções estão viradas na preparação da 7ª jornada Hilbert Ganga, na qualidade de patrono da JPA. Estão programadas um conjunto de actividades, porém, todas elas foram milimetricamente pensadas tendo em conta a situação de calamidade pública que estamos a viver. Todavia, vamos homenagear mais uma vez a memória de um jovem destemido que, na noite do dia 23 de Novembro de 2013, data de sua morte, encontrava-se a exigir justiça pelo assassinato de Cassule e Camulingue. Os culpados andam a solta e a família e nós aguardando por uma justiça que, não tarda, parece que nunca mais chega. 

Por respeito ao cordão sanitário de Luanda, temos vindo a trabalhar só em Luanda, porém, os nossos Secretários Provinciais estão a materializar nosso programa tendo em conta a realidade de cada uma das províncias. Por isso mesmo, depois da Covid-19 ou tão logo se levante o cordão sanitário, nossa prioridade é uma digressão pelo país, trabalhando com todas as províncias, observar o grau de implementação do nosso programa e manter encontros com a juventude e autoridades locais, por formas a imprimirmos a dinâmica necessária a nossa organização para os grandes desafios que se avizinham. Modernizar e aplicar a nossa nova estratégia de implantação nas comunidades, por formas a nos organizarmos a altura dos desafios, é também umas das prioridades.

FIM

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