Padre que leva vida de luxo com a amante e desvio de fundos de Instituições sociais já está a conta

O Ministério Público (MP) acusou o padre Arsénio Isidoro de crimes de abuso de confiança e branqueamento de capitais, revelou esta segunda-feira, 20, o ‘Jornal de Notícias’.


 Em causa está a vida de luxo do antigo responsável de seis instituições sociais, assim como a alegada amante Ana G, de 56 anos, que incluíam viagens, roupas de luxo, marisco, uma vivenda em Peniche e um Porsche Panamera, num total de 800 mil euros desviados de várias IPSS (instituições particulares de solidariedade social) destinadas a apoiar crianças ou idosos. O casal deverá ser julgado em breve no Tribunal de Loures.

O padre Arsénio Isidoro acumulou a presidência de várias IPSS nos arredores da capital: a Casa do Gaiato de Loures, para crianças desfavorecidas, a Associação Protetora Florinhas da Rua, o Centro Comunitário e a Fábrica da Igreja na paróquia da Ramada, assim como a Associação Liga à Vida, que tinha por missão ajudar crianças em São Tomé e Príncipe. Por último, era responsável pelo Instituto de Beneficência Maria da Conceição Ferrão Pimentel (Sãozinha), uma IPSS que acolhe crianças em risco e com deficiência na sua creche e jardim de infância, no qual terá recebido 2,5 milhões de euros da Segurança Social entre 2008 e 2014. A amante esteve sempre em todas as instituições como tesoureira ou administrativa ligada às contas.

Segundo a acusação do Ministério Público, entre 2007 e março de 2016, o casal apropriaram-se dos dinheiros das IPSS. “O plano passava por se apropriarem das quantias a que tivessem acesso, por vias das funções que exerciam nas instituições, para satisfazerem necessidades da vida pessoal, mormente restauração, vestuário, viagens, viaturas ou outras que entretanto surgissem”, acusou o MP.

O casal adquiriu um imóvel em Peniche. “Usaram os respetivos fundos para custear a aquisição de um terreno e edificação de um imóvel de que tinham intenção de usufruir, como casal e no âmbito da vida privada, embora o mesmo ficasse apenas registado em nome de Arsénio Isidoro”, relatou o ministério, garantindo que os fundos terão sido desviados da Florinhas da Rua. A entrada da compra do Porsche Panamera, em agosto de 2010, por 167 mil euros, foi através de um cheque sacado da conta do Instituto Sãozinha, assinado pela mulher.

O padre Arsénio Isidoro está atualmente sem atividade pastoral e sem qualquer ligação a qualquer instituição de solidariedade social depois de ter sido constituído arguido pela Polícia Judiciária em março de 2016.

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