Manifestação marcada para 10 de Dezembro divide activistas

A manifestação convocada pelo autodenominado Movimento Revolucionário para o dia 10 de Dezembro,  pode não acontecer, por desistência de um grupo considerável de jovens activistas. Entre os motivos, está o facto de a data marcada para sair à rua ser uma quinta-feira, dia de semana, facto que poderá colidir com a lei que proíbe a realização de manifestação nos dias de semana, conforme estabelece a lei sobre o direito de reunião e das manifestações, no seu artigo 5º, número 2, “os cortejos e os desfiles não poderão ter lugar antes das 19 horas nos dias úteis e antes das 13h aos sábados, salvo em situações devidamente fundamentadas.


Por Afonso Eduardo

Segundo disse um dos activistas citado pelo Correio da Kianda, e que pediu para não ser identificado, apesar de ter sido demarcado por um bom número de jovens, ainda assim, um outro grupo, que junta-se a estes activistas, insiste em poder manifestar-se nesta data, violando deste modo a lei sobre o direito de reunião e das manifestações.

“Entendemos que o melhor é adiar porque por sermos activistas, devemos dar exemplo e sermos os primeiros a respeitar a lei. Portanto, um bom número de jovens activistas demarcaram-se desta manifestação, por ser um dia de semana”, assegurou.

Depois das últimas duas manifestações ocorridas em Luanda, em que a polícia foi obrigada a reprimir, o autodenominado Movimento Revolucionário tinha em agenda sair à rua no dia em que comemora-se a data de aniversário do partido no poder, MPLA, reivindicando junto do executivo a concretização das promessas de bem-estar às famílias e a realização das autarquias no país.

Entretanto, consta que a decisão deste grupo de activistas de demarcar-se da manifestação do dia 10 de Dezembro, tem a ver, igualmente, com a intervenção de Bento Kangamba, que nos últimos dias tem sido visto a circular em alguns bairros de Luanda e a interagir com jovens.

Ao que se sabe, o conhecido “empresário da juventude” decidiu usar da reconhecida capacidade de mobilização, para desincentivar os jovens engajados na manifestação a mudarem de ideia.

Bento Kangamba pode estar a alcançar os seus desideratos, sobretudo pela enorme simpatia e credibilidade conquistada junto dos jovens. Aliás, são inúmeros os gestos de solidariedade prestada por Kangamba no passado recente, com patrocínio de eventos sociais e desportivos, muitos dos quais que contribuiu para que vários jovens realizassem os seus sonhos.

A juventude, certamente, não esqueceu isso e deposita total confiança no empresário e político uma vez que o empresário da juventude tem uma particularidade de ser um especialista quando a questão é conversar com os jovens com um discurso curto e objectivo numa linguagem popular.

A fonte do Factos Diários, sabe também que a Placa do Canzenga quer outros membros fundadores do grupo denominado Movimento Revolucionários, residentes no município de Cacuaco e distrito do Sambizanga, contaram que a solução do país não se resume apenas em manifestações daí, “não queremos ser influenciados àqueles que têm outros acordos, porque, para nós, as manifestações são feitas com regras e com estratégias próprias sem violar a lei e sem ser influenciado por ninguém”, disse a fonte.

Quem também negou participar na manifestação no dia 10 de Dezembro, foi o activista cívico Mbanza Anza.

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