JLO quer experiência da Turquia no alcance do crescimento e desenvolvimento económico

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Discurso proferido hoje, 18, em Luanda, por João Lourenço, Presidente da República de Angola, por ocasião da Visita Oficial a Angola, de Sua Excelência Recep Tayyip Erdogan, Presidente da República da Turquia.


POR uma gentileza da CIPRA

É para mim uma grande honra receber Vossa Excelência e a delegação que o acompanha, em Luanda, muito pouco tempo após a minha visita ao Vosso país, o que constitui, quanto a mim, um gesto com significado especial, na medida em que reflecte a importância mútua que atribuímos à relação entre os nossos dois países.

A presença de Vossa Excelência em solo angolano confirma a ideia da importância do estabelecimento de uma parceria estratégica entre os nossos dois países e, assim, é nosso interesse prosseguirmos o diálogo interactivo e permanente que tem vindo a ser mantido de há uns tempos a esta parte entre os Governos de Angola e da Turquia, para que se possa caminhar para uma relação de cooperação mutuamente vantajosa, em múltiplos domínios de interesse comum.

Como já havia referido na minha visita à Turquia, é nosso desejo aprofundar cada vez mais a relação bilateral com o vosso país, através do reforço dos laços de amizade e de cooperação em importantes domínios das nossas economias, com destaque para a actuação em áreas como a da energia, agricultura, construção civil, pescas, saúde, defesa e segurança, educação e outros.


Em Ancara, tivemos a oportunidade de passar em revista o estado da nossa cooperação, onde ficou patente a necessidade de multiplicarmos esforços no sentido de serem criados mecanismos e incentivos que encorajem os empresários turcos e angolanos a investirem em diversos sectores da economia dos nossos respectivos países.

Quero referir, com satisfação, o facto de se estar a registar uma importante dinâmica no movimento de empresas turcas e angolanas nos dois sentidos, o que augura, num futuro próximo, realizações e empreendimentos de valor significativo para as nossas respectivas economias, pelos benefícios que daí resultarão em termos de crescimento económico e da consequente e necessária criação de empregos.

Ressalto, por isso, com agrado a forte probabilidade de a linha de crédito anunciada por Vossa Excelência em Ancara vir a funcionar nos tempos mais próximos, como um importante instrumento de apoio ao incremento do investimento turco em Angola.

É nossa pretensão contar com o Vosso apoio, experiência e influência, sabendo-se que a Turquia é uma das mais importantes economias da região Euro-Ásia, para que Angola trilhe os caminhos do crescimento e desenvolvimento, interrompidos pela pandemia da COVID-19, que acarretou consigo danos incalculáveis em sectores que representam os motores de funcionamento e manutenção do Estado angolano.

Excelência Senhor Presidente
Excelências,

Durante a nossa estadia no Vosso país, foram assinados alguns instrumentos jurídicos que, juntamente com os que daqui a pouco serão rubricados por membros das nossas respectivas delegações, terão um peso específico inquestionável no conjunto das acções que temos vindo a realizar, visando o estreitamento e intensificação das nossas relações bilaterais.

Penso que estes acontecimentos sinalizam com muita clareza a vontade política de cada um dos nossos Governos em criar um ambiente de segurança e de previsibilidade para os negócios que forem sendo efectuados entre ambos os países.

Somos dois países que se conheciam pouco e, neste tempo relativamente curto em que passámos a lidar um com o outro, descobrimos um imenso potencial de cooperação e de negócios em cada um dos lados, que começa, para o bem de ambos, a ser utilizado com perspectivas bastante animadoras de produzir resultados mutuamente vantajosos.

Excelência Senhor Presidente
Caros presentes,

A Turquia e a República de Angola têm responsabilidades inquestionáveis no que respeita à promoção de iniciativas que garantam a paz, a segurança e a estabilidade ao nível das regiões em que estão inseridos, com repercussões óbvias no plano global.

Preocupa-nos, em face disso, a crescente escalada de tensão que se observa em várias regiões do planeta e, sobretudo, os conflitos armados que se registam em África e no Médio Oriente, os quais requerem um esforço ingente da comunidade internacional, para que, ao abrigo das normas do Direito internacional, das pertinentes Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e em estrita observância do princípio do diálogo, se promovam iniciativas reais, concretas e funcionais, destinadas à sua resolução definitiva.

Quero referir que, no âmbito deste esforço colectivo, Angola tem feito a sua parte por via de iniciativas que empreende no quadro da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) e da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), no sentido de contribuir para a paz e estabilidade nessas sub-regiões.

Os nossos esforços têm sido desenvolvidos em articulação com a União Africana e as Nações Unidas e, apesar da complexidade das tarefas em que estamos envolvidos, continuamos empenhados em trabalhar no sentido de sensibilizar as partes em conflito, de modo a construir-se um entendimento sólido entre todos, capaz de favorecer o restabelecimento da paz.

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