“De qualquer das formas os jovens devem começar mas o Estado tem de ser o principal proporcionador”
Ricardo Gabriel Rodrigues ou simples Ricardo Ngandanga, formado em psicologia de trabalho e das organizações e mestre em factores motivacionais de baixa produção das empresas, foi o convidado do Factos Diários para falar da sua superação e trazer a energia positiva a nova geração.
Por Isidro Kangandjo
Ricardo Gabriel, começou a sua carreira de empreendedor com os seus 20 anos de idade, hoje, é uma referência como realizador de eventos e sócio gerente da empresa GR Construções. Através da sua empresa ligada a construção civil, o jovem de apenas 41 anos de idade emprega vários jovens nas zonas mais recôndita do país. Questionado o segredo, Ricardo Ngandanga revela que “os jovens devem começar com o que têm, reclamar sem começar não é a solução mas o Estado tem de ser o principal proporcinador”, disse.
O país vem registando nos últimos tempos muitos descontentamento dos jovens ligado ao primeiro emprego assim como aquisição de um crédito bancário. Questionado sobre o assunto, o empresário entende que apesar do Estado ser um facilitador na realização dos sonhos dos jovens, a nova geração deveria começar com o que têm mas o Estado tem de ser o principal proporcionador na realização dos sonhos da juventude criando oportunidade ao Micro crédito e centro de formação para tornar os jovens mais activos.
Ricardo Gabriel Rodrigues faz lembrar que empreendedorismo é um factor que não vem apenas da vontade da pessoa, mas sim das oporunidades e o Estado é o principal proporcinador para tornar uma juventude mais activa, para isso, conta o nosso entrevistado, as oportunidades devem estar onde o cidadão vive, criando centro de formação técnico profissinal e facilitar o crédito para que este jovem seja empregador de outros jovens.
“Angola chegou numa fase onde muitos jovens ralham o Estado e os seus progenitores, porém fazem isso com os braços cruzados esperando que alguém tem de fazer por eles. É preciso saber que para ser independente é preciso começar e o começo nunca é fácil mesmo para aqueles que tiveram a sorte de nascer no berço. Se todos tivessem a regra de lutar por si e saber que apenas eu posso fazer por mim mesmo aquilo que preciso, teriamos mais jovens independentes e empregadores de outros jovens, mas o Estado não deve fugir da sua responsabilidade de ajudar os jovens com os meios necessários através do Ministério da Juventude e Desporto, porque, a meu ver, os jovens precisam apenas de uma oportunidade para seguir em frente”, recomenda.
O entrevistado conta que passou em várias provas de superação e hoje continua a lutar para dar o exemplo aos outros jovens. A empresa ligada a construção civil, existe há 19 anos a construir vários projectos habitacionais em várias províncias do país. Aprovada a qualidade da empresa, hoje construi três infraestruturas ligadas ao PIIM empregando mais de 120 jovens locais.
O também mestre em factores motivacionais de baixa produção das empresas, conta que a motivação no trabalho é um dos principais fatores que influenciam a produtividade das pessoas e os resultados das empresas.
“O raciocínio é simples: independentemente do nível de automação, o capital humano é a força motriz de uma corporação e condiciona seu desempenho. E essa força é afetada pelo grau de motivação de cada colaborador. A empresa depende de sua força humana para alcançar seus objetivos, e os colaboradores precisam da organização para atingir suas realizações”, disse.
Rodrigues acrescenta ainda que uma gestão de pessoas bem-feita, que explore a psicologia organizacional, pode criar um diferencial competitivo valioso, uma vez que empregados felizes são determinantes para tornar a empresa mais lucrativa e atrair investimentos.
O Jovem empreendedor, é de opinião que o Estado Angolano deve criar mais políticas de apoio às empresas angolanas, por serem o garante do primeiro emprego da juventude. “só nós podemos construir escolas, hospitais e estradas de qualidade, mas isso passa no sentido patriótico”.