China promete retaliar contra norte-americanos

Chinese President Xi Jinping speaks during a joint press conference with the Greek Prime Minister following their meeting at the Maximos Mansion in Athens on November 11, 2019, as part of his two-day official visit to Greece. (Photo by Aris MESSINIS / AFP)

A China ameaçou, ontem, retaliar contra empresas envolvidas na venda de armamento a Taiwan, após os Estados Unidos terem aprovado um negócio de 300 milhões de dólares, destinado a reforçar a capacidade de defesa do território.


Washington anunciou que autorizou a venda de equipamento militar de defesa a Taiwan, que vive sob ameaça de invasão pela China. A decisão surge no quadro da rejeição de Taiwan em ser uma província da China, numa altura em que se prepara para realizar eleições presidenciais no próximo mês.

“Vamos tomar medidas de retaliação contra as empresas envolvidas na venda de armas a Taiwan”, declarou Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa.

O porta-voz não especificou em que consistiriam essas medidas, nem deu pormenores sobre o calendário ou as empresas que poderiam ser visadas. “A China vai tomar medidas firmes e enérgicas para defender a sua soberania e integridade territorial”, insistiu Wang.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo Governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso a ilha declare formalmente a independência.

Taiwan é um importante ponto de tensão entre as duas maiores economias do mundo. As autoridades chinesas lançam regularmente avisos contra qualquer decisão dos Estados Unidos que seja entendida como um apoio à independência formal da ilha.

Em Setembro, Pequim colocou os gigantes norte-americanos da defesa Lockheed Martin e Northrop Grumman sob sanções devido à venda de armas a Taiwan.

Em 1979, os Estados Unidos romperam relações diplomáticas com Taipé para reconhecer o Governo comunista baseado em Pequim como o único representante da China. Mas, continuaram a ser o principal aliado e fornecedor de armas para o território.

Garantida segurança do território de Macau  

A venda de armas a Taiwan está relacionada aos procedimentos de Pequim relativos à sua defesa territorial, incluindo os territórios em regime de dois sistemas. Assim, o chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng, prometeu resultados “ainda maiores” na protecção da segurança nacional e da estabilidade social, durante um encontro com o Presidente da China, Xi Jinping.

Ho foi recebido por Xi na capital chinesa para apresentar o balanço do trabalho desenvolvido este ano e os principais pontos da acção governativa para 2024. Para o próximo ano, o chefe do Executivo de Macau prometeu “unir e liderar” os diversos sectores da sociedade de Macau para implementar o “espírito das instruções” de Xi Jinping.

Ho garantiu resultados “ainda maiores” na protecção firme da defesa da segurança do Estado e da estabilidade da sociedade e a construção de uma barreira sólida de segurança nacional, visando “salvaguardar a base” da região semiautónoma da China.

No âmbito económico, Ho Iat Seng voltou a enfatizar a “diversificação” e atracção de quadros qualificados e apontou como meta a concretização do Projecto Geral de Construção da Zona de Cooperação Aprofundada.

O líder do Governo prometeu ainda empenhar-se na resolução de conflitos e problemas profundos do desenvolvimento social e económico de Macau.

“O Governo vai fortalecer a cooperação com o exterior, integrar-se melhor e de forma acelerada na conjuntura do desenvolvimento nacional e demonstrar o sucesso e o futuro do princípio ‘um país, dois sistemas’, do posicionamento de Macau e das suas vantagens, elevando ainda mais a confiança da sociedade a nível internacional”, referiu.

Administrada por Portugal durante mais de 400 anos, Macau completa no próximo ano o 25º aniversário do retorno à soberania chinesa. Com base no princípio “um país, dois sistemas”, a cidade mantém o sistema capitalista e os direitos, deveres e liberdades dos seus cidadãos até 2049, gozando de elevada autonomia em todas as áreas, à excepção da defesa e da diplomacia.

Reforço dos laços com Pyongyang

China e Coreia do Norte reafirmaram, ontem, a sua amizade e cooperação, perante tensões na Península Coreana e na sequência do lançamento de um míssil balístico norte-coreano capaz de atingir qualquer parte dos Estados Unidos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, reuniu com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano, Pak Myong Ho, em Pequim, no que foi descrito como um encontro de “alto nível”.

Numa declaração emitida pela diplomacia chinesa após o encontro, os dois países sublinharam a importância das relações estratégicas e de longo prazo e manifestaram a disponibilidade para reforçar a comunicação e a coordenação bilaterais.

“A amizade entre a China e a RDPC (República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte) é um activo valioso para ambas as partes”, afirmou Wang. “Nos últimos anos, a amizade tradicional entre a China e a RPDC desenvolveu-se ainda mais”, acrescentou.

A Coreia do Norte vai continuar a reforçar os laços multilaterais com a China para “salvaguardar os interesses comuns” e “manter a paz e a estabilidade regionais”, afirmou Pak, de acordo com o mesmo comunicado. Pak chegou a Pequim na semana passada numa visita oficial invulgar antes do 75º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países no próximo ano.

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