CASO IGREJA KIMBAGUISTA: Paul Kisolokele sob protecção do INAR
O Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR), é alvo de críticas por estar a proteger um dirigente não reconhecido pelo líder Espiritual em Nkamba. A defesa do INAR para com o senhor Paul Kisolokele, gera dúvidas entre irmãos Kimbanguista e suspeitam que aquela instituição que trata assuntos religiosos está corrompida.
Por Isidro Kangandjo
A confusão supostamente reforçada pelas Instituições Públicas angolanas, começou em 2003, um ano depois da realização da Assembleia Geral Extraordinária de 08 de Outubro de 2002 onde afirmaram que Paul Kisolokele não é filho biológico do antigo líder Kisolokele Lukelo Charles.
Segundo o Secretário Nacional da Igreja Kimbanguista em Angola, José Kinkela, contou ao Portal Factos Diários no dia 29 do mês e ano em curso, que “decepcionados por não terem alcançado os seus objectivos, entenderam criar a sua própria igreja aos 03 de novembro de 2003 na casa do papa DIANGIENDA KUNTIMA primeiro chefe espiritual da Igreja de Jesus Cristo Sobre a Terra Pelo seu Enviado Especial Simon Kimbamgu na avenida Monkoto Nº 87, comuna de Ngiri-Ngiri província de Kinshasa na República Democrática do Congo, que hoje é sua sede internacional”.
A maior preocupação da ala legítima, é a legalização do senhor Paul kisolokele como Líder da Igreja Kimbanguista em Angola pelo Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos, sem anuência de Nkamba Nova Jerusalém, nem do líder supremo sabendo que a Igreja Kimbanguista é universal com sede internacional na RDC.
“Será que é da responsabilidade do INAR indicar o líder da Igreja Kimbanguista?”, Questionam. Em 2014, o Ministério da Cultura enviou uma carta ao senhor Vice-presidente da República, na altura, Eng. Manuel Domingos Vicente, N/Ref: 02749/GAB.MINCULT/2014 sobre a entrada em Angola do senhor paul kisolokele, dissidente da Igreja Kimbanguista afirmando que o referido Senhor tem uma conduta menos digna para com o chefe Espiritual representante legal dos Kimbanguista com o qual o governo angolano reconhece e tem relações institucionais. Quatro nos depois, aquela instituição, INAR, legaliza a sua situação. “Até onde vai a serenidade das instituições do Estado?”
O Instituto Nacional para os assuntos religiosos publicou um quadro das igreja com personalidade jurídica onde a Igreja Kimbanguista aparece com dois líderes; da ala 26=1 senhor Paul Kisolokele e o então representante legitimo da igreja Kimbanguista reverendo Daniel Sebastião da Silva.
No dia 10 de Dezembro de 2018, foi publicado mais um quadro actualizado pelo INAR onde configura o senhor Paul Kisolokele como o único líder.
“O senhor paul kisolokele se auto proclamou chefe espiritual adjunto da ala 26=1 para Angola enquanto nunca recebeu mandato do chefe espiritual que lhe autoriza permanecer em Angola”, disse o Secretário Nacional da Igreja Kimbanguista.
De acordo com o entrevistado, a Igreja Kimbanguista em cada país tem um presidente delegado do colégio nacional nomeado pelo chefe espiritual e representante legal sua eminência simon kimbangu kiangani.
No caso de Angola, o representante é o reverendo DOMINGUIL SAMUEL SUCAME, representante legal 2º suplente e Presidente Delegado do Colégio Nacional, nomeado pelo despacho nº 355/IJCSK/CS/01/12-CS/2018 de 13 de Novembro.
“Desde o dia 13 de novembro de 2018, foi nomeado pela sua eminência Simon kimbangu Kiangani, representante legal e chefe espiritual da igreja Kimbanguista universal, como rezam os estatutos da igreja um novo Presidente Delegado do Colégio Nacional da Igreja Kimbanguista em Angola, o reverendo Dominguel Samuel Sucame. Neste sentido, ele é o único interlocutor de todos os assuntos da igreja Kimbanguista em Angola”, alertou o Secretário Nacional.
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E DOS DIREITOS HUMANOS COMETE GRALHA DE INCOMPETÊNCIA
O outro problema, está relacionado com o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos. Apesar da Igreja existir antes do país ser constituído um território independente, o órgão acima citado fingiu não conhecer a história e permitiu ser enganado na adulteração de um estatuto que existe desde o dia 06 de Abril de 1921.
O senhor Paul kisolokele é acusado de adulterar os estatutos da igreja, tendo publicado no Diário da República, Iª série nº 66 de 22 de Agosto de 2003, renovando-os em outro que foi publicado em 2005, sem o conhecimento nem aval do chefe espiritual e representante legal da Igreja Kimbanguista em Nkamba.
“O estatuto de qualquer organização é o documento mãe, tal como a Constituição de um país. Os estatutos da Igreja de Jesus Cristo Sobre a Terra pelo Seu Enviado Especial Simon Kimbangu, define que a revisão e aprovação dos mesmos, são da responsabilidade de assembleia geral promulgado pelo líder supremo da Igreja Kimbanguista sua eminencia Simon kimbangu Kiangani. Não sabemos como o Ministério da Justiça aceitou ser enganado”, disse o entrevistado.
A direcção do Reverendo Dominguel Samuel Sucame, solicitou os bons ofícios das autoridades políticas e administrativas na reposição da legalidade em torno da situação mas sem sucesso, por isso, solicitam ao Presidente João Lourenço para apelar aos responsáveis dos órgãos de tutelas na reposição da legalidade.
A Igreja SIMON KIMBANGU, foi fundada em Nkamba aos 06 de Abril de 1921 na República Democrática do Congo e foi reconhecida pelo governo Belga no primeiro de Dezembro de 1959 e teve a sua personalidade jurídica em Angola no dia 24 de Janeiro de 1987.