Presidente angolano elogia combate à pandemia e inaugura hospital com 1200 camas
O Presidente de Angola, João Lourenço, considerou hoje, em Luanda, que o país tem dado uma boa resposta à pandemia da covid-19, com a subida lenta quer do número de infetados quer de mortes.
O chefe de Estado angolano falava durante a inauguração do hospital de campanha, localizado na Zona Económica Especial de Viana, nos arredores de Luanda, para atender casos da covid-19.
“Estamos a trabalhar todos juntos, não apenas as autoridades sanitárias, no sentido de manter este ritmo de crescimento que não seja grande”, disse João Lourenço, augurando que se reverta a situação.
“Se podermos reverter a tendência até será melhor, passarmos imediatamente à fase de não haver novos casos, quer de infeção quer de perda de vidas humanas”, referiu.
Segundo o Presidente angolano, o hospital de campanha, com capacidade para 1.200 camas, munido de sistema de ventilação, e atendimento, numa primeira fase, de 600 pacientes, foi adaptado para atender à pandemia.
“Os investimentos que estamos a fazer tem em vista enfrentar não apenas esta ameaça da covid-19, mas criarmos a capacidade para não voltarmos nunca mais a sermos surpreendidos, caso surjam outras epidemias, endemias, pandemias, que, como sabemos, aqui no nosso continente de tempos em tempos vêm surgindo, caso da cólera, da febre amarela, do Ébola, do Marburg, que de vez em quando surgem”, frisou.
O estadista angolano anunciou que dentro de pouco tempo, mais ou menos três a quatro meses, estará pronta a unidade do Calumbo, para Angola estar “em condições de poder fazer face a qualquer epidemia, que, infelizmente, a qualquer momento pode surgir”.
“Esta unidade foi adaptada em muito pouco tempo, há uma outra unidade que será posta ao serviço da população muito em breve, ali junto ao Hospital Psiquiátrico de Luanda, um anexo do Hospital Psiquiátrico de Luanda”, reforçou o Presidente.
De acordo com o Presidente, o país vai contar ainda com outros dois hospitais de campanha, que serão montados nas províncias de Cabinda e da Lunda Norte, tendo em perspetiva criar mais hospitais de campanha, “sobretudo para estancar a possibilidade de penetração da doença pelas nossas fronteiras”.
“Estamos preocupados com a fronteira norte”, disse João Lourenço.
O Hospital de Campanha da Zona Económica Especial conta com uma área para doentes leves, assintomáticos e moderados, além de uma área para doentes críticos, com necessidade de apoio de ventilação, bem como um bloco operatório de campanha e um heliporto.
Angola registou os primeiros casos de covid-19 no dia 21 de março e até segunda-feira tinha 86 casos positivos, dos quais 18 recuperados e quatro óbitos.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de convid-19 já provocou mais de 375 mil mortos e infetou mais de 6,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 2,6 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado em final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.