Passageiros escolhem AngoAustral como melhor transportadora Urbana mas sugerem aumento de autocarros

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Por Isidro Kangandjo

No tempo da crise, os trabalhadores públicos e privados traçam mecanismo para poupar o máximo possível seu rendimento. Os meios de transportes públicos, têm sido um dos primeiros planos de trabalhadores que não possuem meios próprios para locomoverem-se nos seus postos de trabalho. Hoje, é visível a enchente nas paragens a espera de autocarros que cobra a taxa de 50 kwanzas. A realidade despertou a curiosidade da nossa equipa de reportagem.

O portal “Factos Diário”, efectuou a semana passada do mês e ano em curso um trabalho de campo nas principais paragens de transportes públicos no município de Cacuaco, Mutamba, Gamek, e Viana onde os usuários atribuíram nota positiva à empresa ANGOAUSTRAL. Numa conversa exclusiva com esses passageiros, reconheceram o esforço que algumas transportadoras têm efectuado, mas consideram muito pouco a actuação da TCUL e de outras empresas anónimas.

Atendendo a escassez de transportes públicos em Luanda, a nossa equipa de reportagem deu a liberdade de ouvir aqueles que, quase todos os santos dias têm recorrido nos autocarros para a sua locomoção de casa para o serviço e vice e versa de forma a minimizar os gastos de transportes. Num trabalho que teve a duração de três dias, recolhemos informações diversas, ou seja, informações boas e outros menos agradáveis.

Qual é a melhor empresa transportadora de serviços urbanos? onde precisam que as operadoras devem melhorar? Essas e outras perguntas tiveram respostas contrárias mas uma saiu vitoriosa. ANGOAUSTRAL.

A empresa mencionada tem a sua sede no bairro Uíge e que através da nova divisão administrativa, faz parte do município de Luanda distrito do Sambizanga. Empresa em citação, levam passageiros em quase toda parte de Luanda com maior frequência a Funda, Sequele, Mutamba, S. Paulo, Aeroporto, Gamek só para citar alguns. Um dos locais com mais constrangimento é a comuna da Funda onde a estrada nacional Nº: 100 encontra-se no estado avançado de degradação e os carros dificilmente têm a maior duração de existência.

Acto de entrega de novos autocarros em Luanda

Os automobilistas de autocarros não aceitaram se pronunciar mas os passageiros afirmam que não é fácil circular naquela via. “ Fica muito cansativo andar nessa estrada, os motoristas andam apenas com a terceira por causa de buracos” sobre os transportes público, na Funda existe apenas uma operadora e os moradores da zona agrícola de Cacuaco louvam a iniciativa. “Mandar aqui autocarros é um sacrifício enorme, é ser patriota porque mesmo eu, não aceitaria colocar o meu carro aqui, a estrada não favorece e a outra coisa que vem piorando é o engarrafamento dos carros que vão no enterro”, disse o senhor Paulo Faustino.

Passageiros do município de Cacuaco via Cacuaco e Luanda, encontram-se satisfeitos e reconhecem que apesar da TCUL ter feito algumas intervenções, Angoaustral para eles, é a melhor operadora a nível urbano mas sugerem a redução de Passageiros que ficam de pé e o aumento de novos carros uma vez que a demanda é maior. “No tempo da crise procuramos sempre o mais barato para reduzir os gastos, a verdade é que andamos a rasca nos autocarros disponíveis porque todos queremos chegar cedo em casa. Se tivesse mais autocarro, seria mais benéfico para nós” disse Soares.

Sobre essa preocupação de passageiros que em algumas vezes preferem andar sufocados, foi igualmente respondido pelo director provincial dos transportes no programa televisivo “Debate Livre” onde o responsável disse que só será possível reduzir o número de passageiros nos autocarros quando existir mais meios. “ A redução de enchente nos autocarros só será possível com o aumento de novos meios porque hoje os passageiros estão consciente que o outro autocarro vai chegar dentro de uma hora. Se existisse mais autocarros, nenhum passageiro aceitaria pagar cinquenta ou cem kwanzas para viajar de pé”, recordamos.

O Ministério dos Transportes está neste momento a vender autocarros que poderão dar o reforço na cidade capital. Os empresários do Kwanza Norte, alegam que não têm capacidade para comprar os autocarros, para eles, o preço dado pelo ministério não corresponde a realidade financeira da província.

Procuramos saber junto da direcção da empresa da Angoaustral por via telefónico, este, avança que estão em negociações com o Governo Provincial de Luanda, no âmbito do reforço de autocarros a ser vendido às operadoras. “Se tudo correr bem, só assim teremos capacidade para aumentar o número de viaturas e qualidade dos serviços a prestar”, garantiu.

Sabemos de fontes segura do ministério das finanças que as empresas privadas que prestam serviços públicos estão sendo tratada de forma desigual, ou seja, enquanto alguns recebem, outros não recebem retroactivos para cobrir a estrutura de custo operacional, como resultado, algumas empresas não conseguem aumentar o salário de seus funcionários muito menos empregar novos quadros porque o preço do bilhete a bordo que devia ser compensado pelo MINFIN muitas empresas estão perto de nove meses sem receber.

Procuramos saber da direcção da empresa Angoaustral se recebem ou não retroactivos, o entrevistado preferiu não avançar o assunto mas reconhece que atravessam dificuldades que pretendem ultrapassar em breve para dar condições aos passageiros.

A nossa equipa de reportagem sabe que as empresas privadas não recebem os subsídios a preço há nove meses enquanto a empresa pública como TCUL, tem recebido de forma regular as suas contas apesar de pouca qualidade e falta de meios. Voltamos a pressionar no entrevistado anterior, esse, disse apenas o seguinte: “prefiro não falar a respeito desse assunto”. 

 Economista e professor Universitário Joaquim Cassinda, conta que não se justifica priorizar o pagamento da dívida pública externa, não pagar as empresas nacionais e exigir delas qualidade de serviços e aumento de postos de trabalho. “ Os 50 kwanzas que é cobrado em cada ficha ou catraca, não é suficiente para manter uma empresa de transportes. O que pode acontecer no mínimo será o despedimento de funcionários ou decretar falência das empresas tal como aconteceu com a SGO e agora com a TURA beneficiando o aparecimento de empresas em que as estrutura accionistas são elementos do estado que fazem negócios consigo mesmos”, contou o economista.

O docente Universitário suspeita que o atraso na entrega de subsídios a preço durante nove meses às empresas prestadoras de serviços ao Estado, poderá ser uma das estratégias para que as existentes param de existir para surgir empresas da sua confiança e de amigos de pessoas ligadas ao Estado. “De forma resumida, alguns elementos de má-fé do Estado querem que as operadoras existentes deixam de existir para surgir empresas de amigos. Isso é um mal que deve ser combatido. Se todos prestaram o serviço público, também devem receber os seus ordenados”, concluiu.    

Os novos autocarros que irão circular em breve, ainda não se chegou ao consenso. Para alguns, o preço não é mau, muito menos a forma de pagamento. As informações que tivemos acesso, as empresas terão de pagar uma entrada de 5% dependendo do número de meios contemplados e o restante será pago num prazo de 10 anos. Mas as empresas existentes no mercado debatem-se com a falta de capacidade financeira uma vez que o Ministério das Finanças (MINFIN) não paga pelos serviços já realizados há oito meses, por isso, na aquisição de novos meios de transportes, muitos ficarão de fora.   

Aqui fora, os passageiros não querem esperar por muito tempo, através dos nossos gravadores, os mesmos pedem aos Presidentes do Conselho da Administração das empresas de transportes para poderem actuar nos outros pontos de Luanda com maior destaque via Cacuaco-benfica, zango-vila de Viana. “Gostaríamos que a Angoaustral pudesse actuar também na via Cacuaco-Benfica ainda que cobrassem uma taxa de 200 kwanzas, já seria bom para a nossa gestão do salário. O que acontece é que o nosso salário é pouco e no final do mês 60% do vencimento fica no táxi”, lamentaram.

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