Os dois grandes dilemas do homem e a realidade angolana

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O homem do mundo globalizado, vive dois grandes dilemas que são da necessidade e de vencer as interdições.

O dilema da necessidade premente de vencer, sempre vencer e ultrapassar os limites humanos, o que pode levar a conflitos com a lei.

Estes consistem em querer tornar-se o todo-poderoso explorando a maioria dominada. Tornar-se igual a DEUS sempre será para os dominadores um eterno desafio.

No segundo dilema, regista-se um impedimento do homem comum ser igual ao próprio homem de se realizar como homem, com acesso a todos os bens a que tem direito, tais como moradia, terra, educação, saúde e trabalho.

No primeiro Dilema, o homem quer, a todo custo, ser igual a DEUS enquanto o segundo dilema expira unicamente o homem ser igual ao próprio homem. O exemplo do segundo dilema, consta também na Constituição angolana no seu ART. 23º sobre princípio da igualdade que diz o seguinte:

1. Todos são iguais perante a Constituição e a lei.

2. Ninguém pode ser prejudicado, privilegiado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão da sua ascendência, sexo, raça, etnia, cor, deficiência, língua, local de nascimento, religião, convicções políticas, ideológicas ou filosóficas, grau de instrução, condição económica ou social ou profissão.

O que acontece no mundo moderno, nenhum magnata (salvo alguns) aceita ajudar o seu funcionário, parente ou um jovem com a ideia de empreender porque tem medo de concorrente, tem apetite de dominar sempre e sempre a sua própria raça.

Para os governantes, a missão no ponto de vista de discursos político é governar para o bem da nação, porém, no ponto de vista prático, a missão é sacrificar a maioria para beneficiar um pequeno grupo, dando os bens necessários, viverem como humanos enquanto a maioria fica sem saúde, sem água, sem educação, sem emprego e sem uma vida condigna.

A visão desses governantes, é explorar o seu povo e fazer da riqueza de todos para o benefício de um grupo dominador liderado pelos governantes e empresários sanguinários.

Para quê ter biliões e triliões de dólares se não ajuda alguém que precisa apenas de um saco de arroz? O povo de países pobres e de angolano de forma particular, não precisam de muita coisa. Precisam apenas de oportunidade e o cumprimento dos direitos que lhes cabem.

Segundo Robert Merton, distingue quatro formas de conduta anêmica entre eles, Ritualismo, Retraimento, a inovação e a rebelião.

O que chamou-me atenção é o retraimento. Nesta conduta anêmica, os indivíduos desistem tanto dos fins como das normas, tornando-se vadios, alcoólatras, drogaditos, prostitutas e meliantes para sobreviverem da fome e das frustrações. Poucos pautam pelas outras três condutas porque sentem-se conformados.

A realidade africana, achamos normal passar a noite com a fome ou ficar muitos anos sem ter emprego, isso, chama-se conformismo que os dominadores da maioria incutiram na mentalidade de muitos seus cidadãos para permanecerem eternamente no poder.

A questão é a seguinte: como acabar com a nossa desgraça? Qual é a via que deve ser usada?

Os delinquentes são comummente identificados entre aqueles que, ainda que de forma pouco ajustada ou ilegítima, tentam capturar as frutas proibidas a que têm direitos a fim de simplesmente tornarem-se iguais aos homens, mas raramente são identificados como os saqueadores do dinheiro público entre aqueles que tentam se igualar a DEUS na busca do poder do domínio total.
Para exploradores dos pobres, não só em Angola, também em todo mundo, devem aprender que a vida não é feita de victórias. É feita de oscilações entre dificuldades e alegrias.

A vida é feita de perda. É preciso saber canalizar o desejo, é saber perder para poder ganhar mais. É preciso ver o seu funcionário, o seu governado, amigo e vizinhos como humanos e não um instrumento de exploração, é preciso respeitar os direitos e deveres de cada um.

Seja um verdadeiro humano respeitando o outro humano. Fazendo isso, teremos um continente ou país de irmandade, una e indivisível. Não deixe que o ódio e as ambições se torne mais forte na sua vida, saiba que todos saímos numa ventre e estaremos no mesmo solo. O intervalo disso tudo é uma vaidade, por isso, ajude sempre, sorria sempre e faça sorrir sempre.
Muito obrigado e estamos juntos

                                                       Isidro Kangandjo
                                                      Director Executivo

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