Ministra da Saúde acusada de forjar o número de mortos por malária
A Ministra da Saúde, Drª. Silvia Lutucuta, disse ontem, 17, que a malária continua sendo a principal causa de mortalidade em Angola e, durante seis meses, 5573 acabaram por morrer em todo o país, porém os resultados alegram a Ministra se comparar com ano anterior.
Por Isidro Kangandjo
Segundo o relatório da Sílvia Lutucuta, desde o mês de Janeiro até este mês, Angola registou mais de três milhões de casos da malária e mais de cinco mil acabaram de morrer. Ministra da Saúde fez saber igualmente que as vítimas são maioritariamente famílias vulneráveis.
Contactado o Presidente do Sindicato dos Médicos Angolanos, Dr. Adriano Manuel para analisar o assunto, Fez saber ao Factos Diários que o número apresentado pela Ministra da Saúde é muito pouco comparando com o excesso de lotação nos hospitais e o número de crianças que morrem todos os dias por malária em todo o território Nacional com maior realce a província de Luanda, Benguela, Huambo, Namibe e Cabinda.
O também médico pediátrico, entende que durante seis meses, a malária matou perto de nove mil pessoas, na sua maioria crianças e mulheres grávidas.
“Faltou a verdade por parte da Ministra da Saúde, ou seja, teve o receio de falar a verdade porque sabe exactamente que o número de mortos por malária envergonha o nosso país e, considero falso quando afirmou que os números reduziram se comparamos com o ano de 2020”, disse.
A nossa equipa de reportagem, acompanhou atentamente durante vários meses sobre a taxa de mortalidade nas suas unidades sanitárias. A Pediatria do Hospital Geral do Huambo, de acordo com o Porta-Voz que falava ontem na TV Zimbo, conformou que pelo menos 4 pessoas morrem diariamente por malária, num cálculo tão rápido, em seis meses, aquela unidade sanitária registou um número superior a 720 mortos, a Directora do Hospital Municipal da Caála, confirmou que diariamente morrem três pessoas por malária, durante seis meses, a conta bate para 540 mortos.
hospital geral de Luanda morre diariamente 6 crianças por malária, durante seis meses, são mais de 1080 mortos, Hospital David Bernardino pelo menos cinco pessoas morrem diariamente por malária, durante seis meses, morrem pelo menos 900 pessoas. No hospital Josina Machel regista seis crianças vítimas da malária, durante seis meses, morre pelo menos 1080. No hospital dos Cajueiros, regista três mortes ou mais por malária todos os dias, durante seis meses, morreram pelo menos 540, Hospital do Capalanca e Cacuaco, registam diariamente quatro casos que totaliza 1440 mortos em seis meses.
Embora que os números variam e em alguns dias não regista nenhum morto e em alguns dias dispara de forma assustadora, estes números acima mencionados, são dados que os responsáveis das unidades hospitalares confirmaram durante as entrevistas nos órgãos de Comunicação social durante o ano em curso, porém os funcionários apontam para um número superior de mortes. Só nas duas unidades sanitárias da província do Huambo e das poucas unidades sanitárias de Luanda aqui mencionadas, a conta feita pelo Factos Diários, ronda para 6300 mortos por malária.
De referir que a Ministra da Saúde que falava ontem à imprensa, conta que as províncias mais afectadas por malária são Luanda, Malanje, Uíge, Huambo, Benguela, Lunda-Norte, Namibe e Cabinda onde as crianças entre dois e cinco anos assim como mulheres grávidas, são as principais vítimas da doença.