Especialista considera eleitoralista a ideia de redução da cesta básica e fala dos riscos

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O mestre em políticas económicas e desenvolvimento, Dr. David Kisadila, considera uma utopia a redução da cesta básica propalada pelo executivo angolano tendo em conta o modelo de economia do mercado que o país adoptou.


Por Amélia Rosa

Falando ao Factos Diários esta Sexta-feira, primeiro de Outubro, sobre a situação económica e financeira em Angola assim como possíveis soluções, o especialista entende que o assunto é preocupante por culpa da crise financeira que já dura há seis anos, causada pela redução do preço do barril do petróleo, a maior fonte de rendimento do PIB em Angola. “Havia indicadores macroeconómicos que dava expectativa que deveria superar a economia nacional, mas já estamos a entrar no ano seis de desaceleração da economia, porém, os programas faliram como podemos a avançar a diversificação da economia para a redução das exportações”, disse.

O especialista fez saber que o país está hoje a viver numa depressão económica, como resultado, a taxa de desemprego aumentou, empresas falidas e fome em todo canto do país é uma realidade que envergonha todos os angolanos. “A economia angolana continua em crise e numa situação grave e as consequências essas, ver pessoas acorrerem-se nos contentores de lixo para matar a fome”.

David Kisadila avança que todo país que hoje é desenvolvido, começou na revolução agrária e, mais tarde, na revolução industrial, para Angola, apesar de haver terras aráveis, o especialista conta que o monopólio de caris partidário, está contribuir negativamente na aposta do campo. Por outro lado, entende que os 46 anos de governação do MPLA, não veja outras medidas que não foram ensaiados para ultrapassar a situação que o país vive.

QUANTO A QUESTÃO DA REDUÇÃO DA CESTA BÁSICA, DISSE: “A redução da cesta básica não deve ser uma questão administrativa, conforme muitas pessoas pensam. Quando estamos a falar do mercado precisamos ter a consciência que ele é gerido por teorias de livre concorrência, deve ter um funcionamento liberal e o Estado não deve vir obrigar aos empresários reduzir os preços porque o próprio mercado auto-regula-se. A questão dos preços tem a ver com a questão de procura e a oferta e o pronunciamento do Estado sobre a cesta básica é mais eleitoralista e pode custar muito caro no futuro caso isso se concretize”, disse.

O especialista em Políticas económicas e desenvolvimento, deixa o recado para que o Estado não compete com os privados para não haver uma concorrência desleal. “A redução da cesta básica é um erro para os privados, por isso, na minha humilde opinião, o ideal seria o Estado praticar acto de caridade oferecendo alimentação ao invés de reduzir porque se isso for concretizado vamos matar o empresariado angolano porque estará em desvantagem com o Estado”, alertou.

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