Documentos revelam que Lucas Ngonda vendeu FNLA ao MPLA
Lucas Mbenghy Ngonda, substituto do presidente fundador da FNLA, Holden Roberto, era visto desde sempre, como destruidor estratégico do partido Histórico. As acusações que pesavam sobre Ele, é que o mesmo tinha relações profundas com os homens do partido Estado liderado, na altura, pelo antigo chefe estado, José Eduardo dos Santos no sentido de fazer desaparecer a Frente Nacional de Libertação de Angola no xadrez político.
Por Isidro Kangandjo
Depois de muitos anos, o ouvi dizer tornou-se realidade, Lucas Ngonda, tinha a proposta de fazer coligação com o MPLA e FNLA no sentido de juntar forças e combater outros partidos políticos que não se revejam nas politicas do partido no poder. Recentemente, o portal Factos Diários, esteve em contacto com duas cartas que mostram a alta traição politica. Em 2004, a FNLA realizou o congresso da unidade onde escolheram Lucas Ngonda como primeiro vice-presidente e Ngola Kabango, segundo vice-presidente, isto foi antes da morte de Holden Roberto.
A carta vindo do Gabinete do presidente da Assembleia Nacional no dia 11 de Agosto de 2003. Antes da realização do congresso, Lucas Ngonda já era considerado como presidente da FNLA pelos elementos influentes ao antigo presidente da República, José Eduardo dos Santos.
A epístola, lança o desafio a Assembleia Nacional afirmando que “quanto aos financiamentos solicitados em portas fechadas, viriam directamente da Casa Civil da presidência da República”, revela a nota.
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CONTINUIDADE DO PRIMEIRO DOCUMENTO
As cartas revelam que o actual presidente da FNLA, a missão de destruir o partido é antiga, foi antes da morte do presidente fundador Holden Roberto e estava a cooperação com o Kopelipa, antigo responsável da Casa Civil, Roberto de Almeida antigo presidente da Assembleia Nacional, Julião Dino Matross, antigo secretário-geral do MPLA em 2011, Miguel Gaspar Neto, Director do Gabinete e outros que ainda não estão identificados.
A carta assinada pelo presidente da FNLA no dia 26 de Novembro de 2011, é escrita em forma de anonimato, em momento algum revelou os valores e o nome do secretário-geral do MPLA. A carta começa por agradecer Julião Dino Matross pela liberalidade e abertura ao diálogo que têm apresentado sempre que solicitassem no sentido de manter as sólidas relações que norteiam as suas organizações “FNLA e MPLA”.
“Excelência, o encontro que tivemos no dia 10 de Novembro, assim como o encontro que ocorreu no Hotel Trópico no dia 22 de Setembro na presença da directora do Gabinete de vossa Excelência, estabeleceu caminhos seguros que a seu passo vão sendo cumpridos paulatinamente fortalecendo assim as relações politicas e estratégicas entre os nossos dois partidos políticos”, disse o documento.
E acrescenta dizendo que “ tudo fizemos para que as filhas do malogrado líder histórico se fizeram presentes na reunião do comité central o que ocorreu, faltando desta forma a vossa excelência a cumprir com a outra parte para que tenhamos estas militantes nos próximos eventos, dando desta forma um equilíbrio na luta pelos objectivos que prosseguimos, pois Elas representam o maior trunfo alcançado desde o início do nosso combate politico”.
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Este documento foi elaborado em 2003
Apesar da assinatura ser verídica, Lucas Ngonda nega e desconhece a origem do documento. A nossa equipa de reportagem fez o esforço de conseguir o terminal do Dr. Julião Dino Matross, porém, não tivemos sucesso e, esperamos do seu pronunciamento.