Como está a economia da China e o que ela significa para Angola? Opinião do Embaixador Chinês em Angola

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OPINIÃO

Zhang Bin, Embaixador da China em Angola


As “Duas Sessões” 1 são uma janela importante para observar a economia da China. A julgar pelas “Duas Sessões” do presente ano, a economia chinesa continua com a tendência de recuperação e crescimento a longo prazo, e possui grande força endógena, resiliência e potencial. Isso é de importância significativa para Angola, um bom parceiro da China.

I. Como está a economia da China?

Resiliência forte. No contexto da desaceleração da economia mundial, o PIB da China ultrapassou 126 trilhões de yuans (aproximadamente US$ 17,5 trilhões), ocupando o segundo lugar no mundo. Cresceu 5,2%, continua a ser o maior motor do mundo, e apresenta um volume acrescido equivalente ao de uma economia de médio porte. A renda dos residentes cresceu 6,1%, mais rápido do que o PIB.

Foram criados 12,44 milhões de novos empregos.Vantagens destacadas.

Primeiro, pontos fortes institucionais.

A China consegue formular políticas de forma prospetiva para organizar indústrias e aproveitar oportunidades das novas formas de comércio.

Segundo, grande mercado.

Com a pobreza absoluta eliminada, um PIB per capita superior a US$ 12,000 e mais de 400 milhões de pessoas com renda média, a China desfruta de uma demanda robusta.

Terceiro, oferta garantida.

Sendo o único país que tem todas as categorias industriais definidas na classificação industrial das Nações Unidas, a China tem um sistema industrial completo.

Quarto, recursos humanos abundantes.

O maior sistema de ensino público do mundo cultiva enorme contingente de trabalhadores e empreendedores de alto calibre.Tecnologia avançada. Na China, a economia digital, inteligência artificial, economia verde e alta e nova tecnologia vêm se desenvolvendo rapidamente.

Em 2023, a exportação do “novo trio”, nomeadamente veículos elétricos, baterias de lítio e produtos fotovoltaicos, cresceu quase 30%; a produção e vendas de veículos elétricos representam 60% do mundo; o número de fábricas reconhecidas a representar o nível mais alto da produção inteligente e digitalização ocupa o 1º lugar no mundo.

II. O que significa para Angola?

Angola procura com empenho diversificar a economia, aprimorar as infraestruturas, investir em educação e saúde, desenvolver ciência e tecnologia e energia limpa, aumentar a capacidade e a qualidade da produção nacional, e melhorar o bem-estar da população…

A economia chinesa, como demonstrada nas “Duas Sessões”, revela que a China é um parceiro estratégico com que Angola pode contar na realização dos seus sonhos. Reforçar a confiança. Como membro do Sul Global e uma economia em desenvolvimento, a China implementa a nova filosofia de desenvolvimento e entrou numa nova fase do desenvolvimento de alta qualidade.

Tendo as forças produtivas de nova qualidade como motor e apoio robusto, a China alcançou novas conquistas no caminho chinês para a modernização. Este facto reforçou a confiança dos países como Angola, que tem grande sonho e persiste em escolher independentemente o caminho de desenvolvimento que corresponde às próprias condições nacionais.

Gerar oportunidades.

A China abre-se cada vez maior ao exterior. A cooperação Cinturão e Rota de alta qualidade alavanca investimentos de quase US$ 1 trilhão. E os países são bem-vindos a apanhar o comboio de alta velocidade do desenvolvimento da China.

Ao longo de todo esse tempo, a China tem sempre compartilhado oportunidades do seu mercado super grande e mantido o maior parceiro comercial, a principal fonte de investimento direto e o parceiro na construção de infraestruturas de Angola.

As vantagens da China em áreas como a economia digital, a energia limpa e a tecnologia agrícola correspondem às necessidades de Angola.

Formar apoios.

Ao longo dos 41 anos desde o estabelecimento das relações diplomáticas com Angola, a China tem sempre aderido ao princípio de respeito mútuo, igualdade e benefício compartilhado e nunca adicionou pré-condição política.

Fez contribuições importantes para a reconstrução pós-guerra, o desenvolvimento económico, a luta contra a COVID-19 e a melhoria da vida da população em Angola. Os dois países continuaram a reforçar a sinergia estratégica e cooperação prática no âmbito do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) e da cooperação Cinturão e Rota.

Surgiram como cogumelos novos êxitos de cooperação, a saber, o Acordo para a Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos entre a China e Angola (APPRI), o novo Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto e o Aproveitamento Hidroelétrico do Luachimo.

A economia da China e a cooperação China-Angola gozam de um futuro promissor e dão razões para acreditar que, sob a liderança dos dois Chefes de Estado e com os esforços conjuntos das duas partes, as relações China-Angola trarão maiores benefícios aos dois povos!

  1. As Duas Sessões referem-se às respetivas plenárias do supremo órgão de poder do Estado da China, a Assembleia Popular Nacional (APN), e do principal órgão consultivo político, a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), decorridas em Março cada ano, durante as quais o Primeiro-Ministro do Conselho de Estado apresenta o Relatório de Trabalho do Governo.

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