“Apesar da má governação os jovens não devem cruzar os braços”

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Hermenegildo Dos Santos Andrade Coelho, é o nosso convidado da grande entrevista, é formado em Engenharia civil e Mestrando em Gestão Pública e Políticas de Desenvolvimento territorial, Vice-Presidente para cidadania e acção social da Associação “Mais em Comum”. A associação já desencadeou várias actividades filantrópicas nos bairros mais críticos em termo de miséria em Luanda.


Por Afonso Eduardo

FACTOS DIÁRIOS: Qual são as linhas de força da sua associação?

HSAC: “A Mais em Comum”, é uma organização de filantropia e cidadania que tem como missão Proporcionar o desenvolvimento sustentável através do empoderamento do capital humano a fim de promover a inclusão social nas comunidades.

A nossa visão é criar uma sociedade mais inclusiva e justa com jovens dinâmicos que possam encontrar soluções inteligentes para combater problemas sociais. Para este desiderato, definimos como objectivos a Promoção, a inclusão social de grupos vulneráveis (jovens, povos indígenas e crianças), por meio da exploração das habilidades e paixões dos jovens para definirem as metas pessoais através de sessões de mentoria, o apoio iniciativas que funcionam como laboratórios sociais, visando inspirar politicas públicas à juventude e criar oportunidades e recursos para os grupos vulneráveis.

FACTOS DIÁRIOS: Em que ano foi criado a vossa associação?

HSAC: A Mais em Comum foi fundada em 2017, registrada no Diário da República IIIº série, junho de 2020 e com escritura pública cartório no primeiro cartório notarial de Luanda, na folha 76.

FACTOS DIÁRIOS: Quais são as actividades que já foram realizadas?

HSAC: A associação tem um conjunto de programas de promoção a tecnologia e investigação científica como o Universidade de verão summit, onde temos estado a realizar várias conferências que visam a reflectir sobre a sustentabilidade e inovação para o desenvolvimento de Angola e outros temas não menos importantes. Temos também vários programas de âmbito social, como o “esvazie o seu cabide e abra o seu coração” que a recolha de donativos para as comunidades mais vulneráveis, recentemente recolhemos vários vestuários que foram destinados a Benguela nomeadamente nas comunidades de Kalunga, Kalomepia, Dambi Heyendo, Malowa, no município de Caimbambo.

Actualmente, estamos a promover uma campanha de recolha de donativos prioritariamente alimentos, vestuários, mosquiteiros e brinquedos para uma actividade denominada “Natal solidário” para mais de 500 crianças no bairro Boa Esperança a ser realizada no dia 18 de Dezembro.

FACTOS DIÁRIOS: Enquanto jovem, o que tem a dizer sobre a situação social da juventude e qual é a recomendação que deixa aos jovens?

HSAC:: Eu costumo a guiar a minha acções com base a uma frase de Jordan Petterson que diz o seguinte: “A maneira apropriada de se consertar o Mundo não é consertar o Mundo, não há razão para se presumir que você seja capaz desta tarefa. Mas você pode consertar a si mesmo, e nesse caso, pelo menos fará o Mundo lugar melhor”.

Isso para dizer o seguinte embora a situação social da juventude não é das melhores devido a situação económica e financeira que o País atravessa fruto da má governação e politicas económicas intervencionistas, nós jovens força motriz da sociedade não devemos cruzar os braços e aguardar que o governo crie melhores condições sociais, pois  a juventude é constituída por um conjunto de jovens, se cada um dos jovens que constitui a sociedade mudar, no sentido de tornar-se independente por meio de iniciativas empreendedoras com recurso a tecnologia e inovação, então estaremos de certeza a melhorar a situação social dos jovens sem precisar de intervenção do governo. Para empreender, precisa-se apenas de um papel e uma caneta.

FACTOS DIÁRIOS: Manifestar nas ruas para exigir melhores condições de vida é a melhor via?

HSAC: Nós não podemos dizer se é ou não a melhor via, quando nos referimos a um direito fundamental previsto na Constituição da República de Angola. Os cidadãos têm este direito desde o pacto social de criação da República e nada nem ninguém lhes pode tirar este direito. Mas é verdade que a actual situação aspira muitos cuidados devido a pandemia de covid 19 “ SARS COV2”, então os cidadãos podem manifestar-se desde que cumpram com as medidas de prevenção a esta pandemia para não serem um veículo de transmissão desta doença.

FACTOS DIÁRIOS: O que tem a dizer sobre o empenho do CNJ?

HSAC: O Conselho Nacional da Juventude tem feito o seu trabalho enquanto porta-voz das organizações juvenis e transmitido ao governo as preocupações dos jovens. Actualmente, o CNJ tem um novo presidente e vamos aguardar que cumpra com o seu programa de campanha, é prematuro fazer uma avaliação desta nova equipa do Conselho Nacional da Juventude. No entanto, a minha recomendação vai no sentido de permitir a inclusão de novas organizações juvenis de forma que estes possam dar o seu contributo.

FACTOS DIÁRIOS: Como avalia o encontro do Presidente Lourenço com a juventude?

HSAC: O encontro do Presidente da República João Manuel Gonçalves Lourenço com a juventude, foi mais uma vez um sinal de uma governação de aproximação aos cidadãos. A meu ver, enquanto jovem, penso que foi positivo expor as preocupações numa fase que temos assistido várias manifestações. No entanto, penso que estivemos muito abaixo da expectativas em relação as preocupações colocadas ao Presidente da Republica, é sabido que a nossa situação social é dependente da situação económica e financeira, o que devemos nos focar são as politicas que estão a ser adoptadas para a reversão da situação, bem como a equipa que liderar estas mudanças. Actualmente, observamos as mesmas equipas económica que liderou as políticas económicas intervencionistas no passado.

 

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