ANGOLA: Já se fala em comprar o cartão sem ser vacinado e mixeiros ocupam filas em troca de dinheiro
Além das visíveis desorganização nos postos de vacinação contra a Covid-19, “aventa-se” a existência de falcatruas, por parte dos técnicos, para facilitar a entrega de cartões-comprovativos aos contra vacina, mas, ainda assim, face a exigência do decreto, precisam do cartão-comprovativo para servir de justificativo.
Por Joaquim Paulo
O clima nos postos de vacinação contra a pandemia da Covid-19 é “insustentável”, ouve-se nas constantes denúncias dos cidadãos que, pelo menos uma vez, procuraram um posto de vacinação da cidade capital-Luanda. No Município do Cazenga, por exemplo, há confronto entre os técnicos dos postos de vacinação e a população, um clima de “desordem” que o Factos Diários cumpriu o dever de relatar há alguns dias.
Pelo que se constata, a “desordem” soma e segue. Noutros postos, como o de Cacuaco, por exemplo, o nepotismo é “servido” todos os dias, e tem o “gosto de falcatruas”.
“Os que chegam aqui mais cedo não são tidos nem achados, têm dado prioridade aos familiares e amigos”, foi assim que uma cidadã, identificada por Teresa António Teka começou por lamentar a situação do “favoritismo” acentuado no posto de vacinação contra a Covid-19, no município mais ao norte de Luanda. “Por saberem que têm amigos ou parentes lá dentro, há quem trás toda família para ser vacinada, sem respeitar a ordem de chegada”, rematou.
“Os cartões também já são comercializados” Segundo informações que circulam, alguns, mesmo não tomando a vacina, conseguem comprar o cartão, que, em via de regra, só é fornecido a quem tomou a referida vacina. Dentre os facilitadores desta trapaça, os militares nos quartéis, são apontados como os principais facilitadores dessa prática indecorosa. “É fazer o cadastramento, o técnico vai dar como vacinado. As ampolas são desperdiçados para não criar entraves na hora das estatísticas”, palavras de um taxista, ao contar como adquiriu o cartão sem ser vacinado.
o Factos Diários foi informado igualmente que nos postos de vacinação do Porto de Luanda, Cacuaco e Viana, senhores sem condições de sobrevivência por força do desemprego, os pais juntamente com os filhos maior de idade, madrugam para ocupar filas para mais tarde comercializar por mil há 1500 kwanzas.