Munícipes do Kilamba Kiaxi bebem “água das Kupapatas” há anos
Os moradores do município do Kilamba Kiaxi, em Lunanda, estão insatisfeitos com a distribuição precária de água potável. Numa ronda efectuada esta semana, no bairro do Golf I, foi possível constatar o sofrimento daqueles cidadãos para manter o precioso líquido em casa.
Por Joaquim Paulo
Em pleno século XXI, a falta de água potável naquele município é um facto, situação que tem deixado centenas de famílias descontentes com a Administração local e os governantes em geral, que nada fazem para reverter o actual quadro.
A gravidade do problema tem sido minorado devido a existência dos chamados “Kupapatas” que fazem a distribuição do precioso líquido, porta a porta. Destapando assim o véu da ineficácia do projecto denominado “água para todos”.
“O município do Kilamba Kiaxi é um dos mais sofridos em termos de distribuição de água potável em Luanda. Pois, se quisermos percentuar, 97% da população do kilamba kiaxi não têm água. ” Afirmou o morador Donito Carlos, em depoimento ao Factos Diários.
Enigma
Segundo o morador, a população percorre longas distâncias à procura do liquido precioso. Tanto que, se sentem obrigados a “invadir” o município vizinho, “comissão Administrativa da Cidade de Luanda”, tudo bela sobrevivência. “Não consigo entender uma coisa: como é que uma parte da água que o distrito urbano da Maianga consome, sai de uma conduta que passa pelo kilamba kiaxi, ou seja, as pessoas do município do qual passa a conduta, não têm água, mas, no outro município tem água?” questiona o munícipe.
Timóteo Miranda, activista cívico e moradores da referida localidade, questionado sobre as políticas de distribuição de água potável na sua zona, afirmou categoricamente que a distribuição é selectiva, dependendo do poderio económico da população residentes nas respectivas zonas. “Existem bairros construídos desde o início do século XXI que não gozam de água potável” Acrescentou, para depois reiterar que muitas vezes a distribuição de água potável depende muito do nível social da população.
Administração local chamada a intervir
Dentre vários “gritos”, o pedido de brevidade na resolução dos problemas, a distribuição de água potável no município foi a que mais acenou.
O Factos Diários sabe de fontes seguras que falta de água nas residências dos munícipes tem que ver com o número elevado de garimpeiros que desviam a água para comercializar em cisternas. Apesar do assunto ser do conhecimento das autoridades locais, até aqui ninguém foi responsabilizado.