PGR calou-se do caso Ismael Diogo e os 20 milhões de dólares
Muitos estranharam que Ismael Diogo da Silva, presidente da Fundação Eduardo dos Santos (FESA), tivesse sido preso, para surpresa dos angolanos, uns dias depois, foi libertado apenas com termo de identidade e residência. Apesar de alguns figuras envolvidos no caso CNC verem a sua pena agravada, há dois anos, a Procuradoria Geral da República limitou-se dar continuidade do caso 20 milhões de dólares, onde é envolvido o testa de ferro do então presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.
Por Isidro Kangandjo
Ismael Diogo, foi dentido na tarde do dia 28 de Setembro de 2018, depois de se recusar a responder várias notificações relacionadas com a recepção indevida de 20 milhões de dólares desviado dos cofres do Conselho Nacional do Carregador (CNC). Até agora, a PGR não esclareceu o desfecho do processo e nem o prevaricador sentiu a mão pesada da lei.
FESA tem como patrono o ex-Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, que criou em 1996 a instituição filantrópica apartidária, de carácter científico, cultural, social e sem fins lucrativos.
“A FESA surgiu numa altura em que Angola vivia os piores momentos de fome e de deslocados de guerra, em consequência do conflito armado pós-eleitoral, de 1992, tendo dado abrigo e assistência alimentar a milhares de pessoas famintas e desabrigadas”, refere-se no site da fundação.
Em 2016, durante os 20 anos do aniversário, o presidente da FESA, Ismael Diogo da Silva, falou com o Portal da Liderança sobre os projectos, actuais e futuros, da entidade cuja principal missão é prestar auxílio às populações mais desfavorecidas de Angola.
O também diplomata de carreira elucidava que, de momento, e “de uma forma muito global, estamos a sedimentar três grandes ângulos: a assistência/apoio; a reabilitação e construção de infra-estruturas sociais; e a formação de quadros”. No cômputo geral, o volume de investimento da Fundação em projectos e programas sociais “ronda os 250 milhões de dólares” desde a sua criação.
Ouve-se de bocas pequenas que a FESA, era, para muitos, uma fonte de lavagem de dinheiro e os valores destinados para o crescimento de uma ONG, na sua maioria foram utilizados para outros fins. Mais uma vez, o combate à corrupção mostra claramente que escolhe rostos e personalidades.