GREVE GERAL: Bloco Democrático considera hipocrisia posição do MPLA
O primeiro secretário do Bloco Democrático em Luanda, Ary da Costa Campos, disse que a posição manifestada pelo ´partido dos camaradas´, recentemente, em conferência, espelha uma ´verdadeira hipocrisia´.
Por Joaquim Paulo
Em contrapartida, o político manifestou hoje, em conferência de imprensa, em Luanda, o seu apoio a classe de trabalhadores da função pública que se organizam para uma greve geral nos próximos dias. “ O nosso partido é um partido que defende as causas dos trabalhadores e, naturalmente, nós, enquanto Bloco Democrático, apoiamos, incondicionalmente, a luta dos trabalhadores e a greve geral”, sublinhou.
“Nós achamos que as reivindicações dos sindicatos são legítimas”, continuou, para mais adiante dizer que as propostas salariais que as centrais sindicais apresentam são, de igual modo, insuficientes para dar resposta aos problemas sociais que se vivem no país, e que, noutros termos, nem dá para chamar ainda de salário mínimo, enquanto não poder cobrir o preço da cesta básica.
BD ENTENDE QUE O EXECUTIVO NÃO AJUSTA O SALÁRIO MÍNIMO POR ’CAPRICHO’.
Por outro lado, o Bloco Democrático denunciou que os patrões (empresários e outros) dizem sim ao aumento salarial, mas executivo diz não. Acrescentou, de igual modo, que os patrões estão do lado dos trabalhadores, por entendem que há, de facto, condições económicas no país para o aumento dos salários, mas, ainda assim, o executivo ´anda na contramão´ dos ideais da classe dos trabalhadores.
“Nós estamos num sistema que privilegia a elite. Se nós tivermos a coragem de buscar as condições onde nunca se tocou, que é na elite e nos grandes lucros destas empresas, nós vamos encontrar o dinheiro que procuramos”, palavras de Ary Campos, fazendo réplica à narrativa do executivo, que diz não existir condições económicas e financeiras no país. “Existem condições, basta se fazer uma distribuição justa dos recursos”, rematou.
Sobre a conferência realizada pelo Movimento Popular de Libertação de Angola-MPLA, onde mostrou a sua posição face à greve geral, o primeiro secretário do referido partido em Luanda, reagiu dizendo tratando-se apenas de mais um exercício de hipocrisia por parte do partido que governa o país quando dizem também apoiar a greve, sabendo que, como avança o mesmo, a posição dos sindicatos é apenas a confirmação de que os mesmos não conseguem resolver os problemas do povo.