URGENTE: Empresa de refinação de óleo industrial causa atentado à saúde pública em Cacuaco

Empresa de refinação de óleo industrial, Tchakwanda comércio geral LDA Lubrificante ANGO LUBRI, localizada no município de Cacuaco, distrito com o mesmo, na Caop, está ser acusada, pelos moradores, de causar poluição ambiental e de um atentado à saúde pública. Segundo os relatos recolhidos pelo Factos Diários, esta semana, a maior parte dos moradores apresentam problemas pulmonares.


Por Afonso Eduardo

Provavelmentete, de origem eritreia ou egípcia, a empresa começou a ser construída em Outubro de 2018 e começou apenas a operar as suas máquinas agora. Com a matéria-prima que usam e com o descuido com a população, esta empresa pode se tornar numa autêntica arma ceifadora de vidas humanas e não só, se não houver uma intervenção preventiva dos efeitos nocivos dos produtos ali fabricados.

O bairro Caop existe há mais de 10 anos e outros bairros adjacentes, há mais de 50 anos. Conta com mais de 10 mil habitantes, a começar do Bairro Caop-velha, Bairro Académico (nova urbanização da Caop velha), Mayombe, Baixo Kifangondo e outros bairros. Em 2018, Os moradores dessas zonas foram surpreendidos com a construção da fábrica de refinação de óleo no meio do bairro, com produtos nocivos e altamente tóxicos, uma realidade que viola os direitos humanos.

Maria dos Céus, moradora do bairro Caop, afirma que “a empresa já nos encontrou aqui, em 2018, quando começaram a construir. Depois da entrada em funcionamento o ano passado, já não conseguimos dormir em condições. As nossas crianças vão morrer se esta empresa continuar com estes procedimentos”, alertou.

Frederico Marcos confirma a movimentação dos elementos da administração de Cacuaco a visitar o local, todavia, o mais agravante é que nunca pararam no sentido de ouvir o povo. “Se o Governo Provincial, o Ministério do Ambiente não intervierem, nós todos vamos morrer”. Frederico acrescenta que a maioria dos moradores está com problemas respiratórios por causa do fumo produzido por esta fábrica.

Senhora Maria Vidal vive o mesmo horror na calada da noite e só acorda por milagre. “Algum dia não acordaremos mais, estaremos secas. Nestes dias, cada vizinho deve vigiar o outro pela manhã com medo de não mais acordar por causa da intoxicação. O pior é que a empresa polui o ambiente aos olhos impávido da administração de Cacuaco, pois a empresa que produz lubrificante espalha uma fumaça misturada com cheiro insuportável que pode causar danos incalculáveis à vida dos habitantes, trabalham até às noites, o que leva as pessoas a temerem pela vida, pois nunca se sabe se vamos acordar ou não”, lamentou.

O sociólogo José Ventura, falando ao Factos Diários, conta que as indústrias não devem ser montadas nos perímetros habitacionais e teme pela gravidade da saúde pública. Pelas características do referido bairro, parece que foi projectado pelo governo para urbanização social, neste caso, não se justifica que empresários em sãs consciências venham implantar um projecto que venha produzir substâncias nocivas em localidade habitada. Por outro lado, não se entende, ainda, como a administração municipal de Cacuaco, o Governo Provincial de Luanda e até o Ministério do Ambiente e o da Indústria permitiram que projecto de então natureza fosse implantado em zona habitada”, disse o sociólogo.

 

MANDATÁRIO DA EMPRESA NEGA ACUSAÇÕES

O Factos Diários contactou a empresa visada, e, rapidamente forneceram o contacto do senhor Morais Kessongo que garantiu não haver nenhuma prova concreta de alguém que terá sido intoxicado ou ser adoentado por causa do fumo produzido pela empresa.

“A empresa está usar uma máquina moderna vindo da Suíça que é antipoluente, a Administração Municipal esteve no local, reuniu com a empresa e recebeu informações concisas, não é um óleo nocivo à saúde humana A Administração deixou uma recomendação de rever a situação da chaminé para direccionar o fumo da fábrica. Eu moro nos arredores da fábrica e nunca ouvi alguém que terá sido intoxicado por essas razões”, defendeu.

 

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