Zungueiras revoltadas: Fiscais ‘deitam’ negócios das vendedeiras na vala de lixo em Cacuaco
As vendedoras ambulantes da Praça da Cerâmica, na Vila de Cacuaco, expressam indignação após os seus negócios serem atirados para uma vala de lixo e águas paradas por fiscais da administração municipal. Esta situação tem gerado um clima de tensão e desespero entre as zungueiras, que se vêem obrigadas a recuperar os seus produtos em condições deploráveis.
Por Marina do Rosário
As vendedoras afirmam que a praça é pequena e que não há espaço suficiente para todas. Como resultado, muitas são forçadas a vender fora dos limites da praça, mas encontram-se com a repressão do serviço de fiscalização, que tem agido de forma severa. “Não temos espaço para vender. Quando ficamos fora da praça, os fiscais vêm e deitam os nossos negócios na vala de lixo. Temos que descer na vala que usamos para as nossas necessidades para recuperar o que foi deitado fora. Eles têm agido de forma desumana”, desabafou uma das zungueiras, visivelmente abalada.
A nossa equipa de reportagem procurou a fiscalização para ouvir o seu lado e foi informada de que as ações decorrem da suposta violação das regras de venda na via pública. “Estamos apenas a cumprir o nosso dever”, justificou um dos fiscais.
Os ambulantes pedem à administração do município de Cacuaco uma solução viável, solicitando um espaço adequado para a venda dos seus produtos. Além disso, apelam à limpeza da vala dentro do mercado, considerando-a uma grave ameaça à saúde pública, uma vez que produtos alimentares são comercializados nas suas proximidades.
Com a situação a agravar-se, as zungueiras esperam que a administração municipal tome medidas que garantam tanto o seu sustento como a saúde da comunidade.