TUMULTO: Protetorado da Lunda Tchokwe denuncia detenção de mais 300 membros e vários feridos
O Movimento Protetorado da Lunda Tchokwe, que luta pela autonomia da região das Lundas, no Leste-Norte do país, que tinha agendado duas atividades, uma de apresentação da bandeira da Lunda independente, e outra para o hasteamento da mesma, os dirigentes queixam-se de ser alvo de perseguições e denunciaram várias detenções na sequência dos referidos actos.
Por Joaquim Paulo
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Pelo menos 305 pessoas foram detidas, e 8 feridas na sequência da realização das atividades levadas a cabo pelo o Protetorado Lunda Tchokwe, que pretendia proclamar, de forma solene, a independência daquela circunscrição que, segundo os mesmos, não faz parte do Estado angolano. As denúncias foram feitas pelo Vice-Governador do Banco Executivo do protetorado, Tito Mgowanhi, quando falava com exclusividade ao factos Diários.
De acordo com o dirigente do Movimento do Protetorado Português da Lunda Tchokwe-MPPLT, que também defende a autonomia das regiões que compreendem as províncias do Moxico, Lunda Sul e Lunda Norte, várias cartas foram envidas aos governos provinciais dando a conhecer e para a devida autorização para a manifestação pelo direito de reconhecimento da autonomia.
Mais adiante, Mgoawanhi avançou que no primeiro dia, reservado para a apresentação da bandeira, no caso, sábado, correu tudo bem, foram alcançados os objetivos. Já no segundo dia, a Polícia local, logo no alvor do dia, começou as buscas de capturas e apreensões arbitrárias em várias localidades que cobrem o território do protetorado, desde o Moxico até as duas Lundas.
“Lunda nunca pertenceu o Estado angolano, se for, na verdade, o que eles alegam, desafio o Presidente da república de Angola a contrapor os documentos que nós temos apresentado sobre a autonomia”, terminou o dirigente, com o desafio lançado ao Estado angolano.
Vale recordar que a autonomia da região das Lundas (Lunda Norte e Lunda Sul, no leste angolano), rica em diamantes, é reivindicada por um movimento que se baseia num Acordo de Protetorado celebrado entre nativos Lunda-Tchokwe e Portugal nos anos 1885 e 1894, que daria ao território um estatuto internacionalmente reconhecido.
Portugal teria ignorado a condição do reino quando negociou a independência de Angola entre 1974/1975 apenas com os movimentos de libertação, segundo o movimento.