Suposta negligência médica na Maternidade Lucrécia Paím causa morte de recém-nascido
Os familiares de Euclides Alberto, morador do bairro da Mabor, distrito urbano do Kima Kieza, no Cazenga, acusam a equipa de parteiras da Maternidade Lucrécia Paím, de ter causado a morte de seu filho recém-nascido, devido uma suposta negligência médica.
Por Kamaluvidi Baltazar
Euclides Alberto, cabisbaixo pelo triste momento que jamais esquecerá, conta que tudo aconteceu no passado dia 24 de maio, às 20h00, quando a sua esposa começou a sentir dores de parto, e de seguida foi levada para um centro médico público mais próximo da sua residência.
Posto lá, a equipa de profissionais que estavam em serviço, examinaram a paciente já na sala de parto. Após o diagnóstico, as enfermeiras entenderam passar uma guia de transferência para a Maternidade Lucrécia Paím, por conta do tamanho da barriga da gestante.
Chegando naquela unidade hospitalar de referência no País, Euclides Alberto acompanhado de um familiar da gestante apresentaram a transferência, mas que, segundo conta, não foram atendidos com máxima urgência como ” ditam as regras”, nem mesmo levados ao bloco operatório e posteriormente sofrer uma cesariana.
O esposo, desabafando detalhadamente o episódio ao Factos Diários, revela que depois de sua família ter assinado as papeladas que concordavam que a mesma sofreria uma cirurgia, não foi levada ao bloco operatório, e terá se queixado de muita dor, por causa da negligência da equipa de parteiras que trabalhou naquela noite.
Das 22 às 7h:00 do dia seguinte que a gestante alegadamente ficou ‘abandonada’, veio dar a luz por via de um parto normal, mas que devido o esforço que fez sem o acompanhamento das parteiras, acabou por sufocar o pescoço do bebê entre as pernas, que depois veio a falecer.
Quando as parteiras se aperceberam do nascimento do bebê morto, o levaram apressadamente para a encubadora e foi colocado ao oxigénio. Durante o período que permaceu sob os cuidados intensivos, a criança teve duas paragens cardíacas, como contou o pai.
Euclides Alberto questiona o fim da negligência nos hospitais públicos
“Meu filho nasceu com 4.150kg, infelizmente acabamos de o perder no dia 27 de maio, e segundo a certidão de óbito que o hospital elaborou, eles foram bem claros a meter a coisa que levou a morte do meu filho (morte por asfixia severa).
A gente todos os dias chora essa criança, ela nasceu com muita saúde! As pessoas dizem que teremos um outro filho, mas eu digo que nenhum filho substituirá esse que eu perdi, pois nunca mais terei um igual aquele, até porque somos seres insubstituíveis.
Até quando é que a gente vai permitir que negligências como essas continuem a acontecer com os nossos filhos?”, questionou desesperadamente.