Serviço de Inteligência Angolana acusada de exibir passe de Laurindo Vieira para abafar o caso. Isidro Fortunato diz se tratar de assassinos profissionais
Uma vez que o Serviço de Inteligência e Segurança do Estado se encontra em maus lençóis e com pouca credibilidade no seio dos cidadãos angolanos, olhando a gravidade do assunto que ainda apresenta dúvidas sobre a morte do professor, comentador e quadro do Ministério da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria, Laurindo Vieira, que, nos últimos tempos, foi um defensor dos interesses nacionais e do povo, despindo-se, assim, das vestes de militante do partido que governa o país desde a independência em 1975, decidiu-se exibir o passe de trabalho.
REDAÇÃO DO FACTOS DIÁRIOS
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“O senhor é que está com medo de perder o seu pão ou defender uma agenda posterior e eu não tenho medo. Desde que eu cheguei à essa casa, eu sempre dei à volta no sentido de explicar aos cidadãos, no ponto de vista sociológico e/ou psicológico, que são as minhas áreas de abordagem. Não tenho medo de quem quer que seja. Agora eu sou assim e não vou mudar porque o senhor quer que mude. Não tenho que fazer de mim aquilo que o senhor quer. Não serei e jamais”, Laurindo Vieira, in revista Zimbo, 21/03/2021.
De acordo com uma fonte segura do Bureau Político do MPLA, que falou ao Factos Diários, a aparição constante do académico visou por um lado encontrar um espaço no SINSE ou mesmo viria ocupar a segunda posição atrás de Garcia Miala.
O mal clima entre David Mendes e outros elementos próximos ao titular do SINSE, assim como a sua radicalidade na defesa dos angolanos no geral, terá colocado cada vez mais em perigo o agora conhecido o agente do Serviço de Inteligência e Segurança Militar “do bem”.
“Ao Prof. Dr. Laurindo Vieira, até então Reitor da Universidade Gregório Semedo, despoletou-se uma tentativa de associar-lhe com a pertença ao Serviço de Inteligência e Segurança Militar das Forças Armadas Angolanas (SISM/FAA), um órgão que tem agora poderes mais alargados, inclusive o de fiscalização do MININT, e obviamente do chefe do próprio Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE), por força do Decreto Presidencial recém aprovado e publicado em Diário da República. Aqui alguma coisa não bate certo”, escreveu Dito Dali.
O activista Isidro Fortunato revelou que o trabalho de execução foi feito por assassinos profissionais e não delinquentes comuns. “O disparo foi feito numa zona perigosa, que chamamos de artéria femoral, e o disparo nesta zona não acarreta morte imediata, mas gera sangramentos violentos que, se a vítima não for socorrida prontamente, pode morre r em menos de 30 minutos. Para isso, é preciso um corpo de profissionais capazes de realizar o estancamento no lugar certo para aumentar as chances de sobrevivência, chegar a um hospital e logo, no bloco operatório, proceder uma cirurgia de emergência”, disse.
“Independentemente de me achar sentido com a morte do Prof. Dr. Laurindo Vieira, presumo que terá sido uma morte encomendada, ou ajustes de contas… Basta ver como os autores dos disparos não o assaltaram, a vítima conduzia um veículo top de gama, usava jóias caras, acabava de sair de um Banco, não lhe retiraram a carteira, muito menos revistaram o veículo, simplesmente efectuaram os disparos e puseram-se à monte com a mesma motorizada! Facto de dizer que há muita coincidência nisso”.
O Caso fez recuar no tempo que foi assassinado o General SKS, nas vestes de Governador da província do Bengo, que terá sido seguido da mesma forma e baleado, num momento em que se cogitava a sua nomeação ao cargo de Ministro da Defesa Nacional. Isso é um facto, o propalado caso do Prof. Dr. Mfulupinga Lando Victor, a data dos factos, Presidente do PDP-ANA, com similitudes nos modus operandi.