SAMAKUVA VS. ACJ: A batalha que pode destruir a UNITA

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A UNITA enfrenta uma turbulência interna sem precedentes, com Isaías Samakuva a lançar dúvidas sobre a liderança de Adalberto Costa Júnior e a deixar em aberto a possibilidade de regressar à presidência do partido. A situação tem gerado um ambiente de incerteza e divisão, questionando o futuro da maior força da oposição em Angola.



Por Joaquim Paulo


O antigo líder da UNITA, Isaías Samakuva, voltou a estar em destaque três anos após a sua saída da liderança do partido, manifestando-se contra a Frente Patriótica Unida (FPU), uma plataforma de oposição criada por Adalberto Costa Júnior. Samakuva não descarta a hipótese de se recandidatar à presidência da UNITA, o que está a gerar grande especulação e apreensão tanto na imprensa como entre os cidadãos.


Após um período de silêncio que se seguiu à sua saída da liderança em 2019, Samakuva regressou ao centro das atenções como líder da recém-criada Fundação Jonas Savimbi. Durante a apresentação da fundação, Samakuva fez declarações contundentes, sugerindo que a falta de recepção de Adalberto Costa Júnior pelo Presidente João Lourenço se deve à inação do próprio líder da UNITA.
Em entrevistas a várias rádios de grande audiência, incluindo a Rádio Ecclésia e a Rádio MFM, Samakuva insinuou a sua possível recandidatura à presidência da UNITA e criticou abertamente a criação da FPU. Esta plataforma, que reúne a UNITA, o Bloco Democrático e o PRA-JA de Abel Chivukuvuku, foi decisiva para evitar a dispersão de votos nas últimas eleições.


Adalberto Costa Júnior, ao ser confrontado pela imprensa após um comício no Kuito, expressou dúvidas sobre a possibilidade de Samakuva se recandidatar, citando os estatutos do partido que limitam a dois os mandatos consecutivos. Costa Júnior destacou que qualquer decisão será tomada com base na deliberação dos juristas, lembrando que a regra foi estabelecida durante a presidência de Samakuva.


Sobre a FPU, Costa Júnior sublinhou que a criação da plataforma foi uma decisão dos delegados ao congresso de 2021 e não uma iniciativa individual. “Os congressistas foram chamados a decidir qual era o programa estratégico do partido, portanto, se tem uma voz que não concorda, paciência”, afirmou, ao mesmo tempo que manifestava preocupação com a Fundação Jonas Savimbi.


A situação interna na UNITA tem gerado uma crescente tensão e incerteza sobre o futuro do partido. A possível recandidatura de Samakuva e a sua oposição à FPU representam um desafio significativo à liderança de Adalberto Costa Júnior, num momento em que a unidade e coesão do partido são mais cruciais do que nunca.

FONTE: Correio da Kianda

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