Roubo na Sonangol Investimentos Industriais pode deixar mais de 1500 trabalhadores sem indemnização
A teia de corrupção entra, supostamente, em 2020 na Sonangol Investimentos Industriais-SIIND, ligada a SONANGOL-EP que, por sinal, controlava todas as empresas que actuavam na Zona Económica Especial. A saída compulsiva dos trabalhadores terá servido como oportunidade da SIINDA surripiar a coisa alheia.
Por Isidro Kangandjo
De acordo com o Porta Voz do Sindicato Democrático dos Trabalhadores Industriais, Comércios e Serviços de Luanda- SINDETRAINDCOSL, que falava ao Factos Diários na passada segunda-feira, 23, mais de 1500 trabalhadores, vindos das 25 empresas que hoje estão privatizadas através do programa de privatização, PROPRIV-2019-2022, podem ficar sem dinheiro de indemnização, em causa está o ciclo vicioso dentro da SIIND que pretende esconder os valores para mais tarde servir para os interesses pessoais da instituição em referência.
Segundo o Porta-voz, na Zona Económica Especial, a SIIND controlava vinte e cinco empresas a citar:
Vedatela, Angola-Cabos, Indutubo, Indublastic, Indupame, Nehgtex, Telhafal, B.T.M.T, Inducartin, Mateelectrica, Inducabos, Infer, Galvanang, Bomba Água, Betonar, Indupackg, Mecametal, Indutive, Angtor, Unividro, Indublas, Transplas, Piva Angola, Pipiline e a última está a Mangotal.
Terceira negociações de lavagem cerebral
Segundo os trabalhadores, no dia 16 de Novembro do ano passado, foi realizada a 3ª reunião de negociações entre a SIIND e o sindicato dos trabalhadores. Alexandre Dias dos Santos, coordenador da GT PROALI, em representação da Supervisão do programa de privatizações da SONANGOL-EP, reafirmou o cumprimento no que concerne à vontade de se encontrar uma solução negociada e o resto seria resolvido em Dezembro de 2021.
Sonangol Investimentos Industriais-SIIND estava ciente de que tudo o que foi debatido não teria pernas para andar, por esta razão, David Bengani, apelou a máxima confidencialidade no tratamento dos assuntos e desencorajou o uso das redes sociais e órgãos de comunicação social.
Na voz dos trabalhadores, a verdade é que até ao momento ninguém recebeu o prometido dos enviados especiais da Sonangol para se pôr fim aos problemas que aflige os funcionários.
Sindicalistas pedem retroactivos salariais de 2017 até 2021
As sob empresas da SONANGOL não efectuavam o pagamento de salários segundo o câmbio real, por este motivo, no segundo ponto de situação do tratamento das reivindicações, apresentaram à mesa diferença cambial para efeitos de pagamentos dos retroactivos dos anos 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021.
A proposta foi aceite e Dr. Honorato Troso chamou atenção para o facto de, sobre os retroactivos, incidir tributos em sede de IRT e contribuição para a Segurança Social. A garantia era de efectuar o pagamento até quatro prestações. A prestação estava marcada para os meses de Dezembro de 2021 valor do ano de 2018, Janeiro de 2022 valor de 2019, Fevereiro de 2022 valor de 2020 e Março de 2022 para o valor de 2021.
Advogado do sindicato antecipava incumprimento
O advogado do sindicato, Augusto Katxi, durante o encontro afirmou haver concordância quanto à proposta das taxas de câmbio, mas apresentou oposição quanto a modalidade de pagamento em 4 tranches, por esta razão, propôs a elaboração de um termo de compromisso da entidade empregadora para eventualidade de haver incumprimentos.
Alexandre Dias dos Santos reforçou a necessidade da manutenção da relação de confiança demonstrada ao longo de todo o processo negocial e insistiu que é necessário tal instrumento para a demonstração de boa-fé.
Segundo os trabalhadores, até aqui, Maio de 2022, várias promessas não foram cumpridas exceptuando o retroactivo dos anos de 2018 até 2020 faltando do ano de 2021 que tem como taxa cambial igual a 338,75 kwanzas.
SONANGOL INVESTIMENTOS INDUSTRIAIS USA A TPA PARA DIABOLIZAR O SINDICATO
Depois do sindicato ter tomado conhecimento que a SIIND terá recebido os valores da indemnização dos trabalhadores, depois de tanta pressão efectuada, a SIIND enviou no dia 19 de Maio do ano em curso, um comunicado à Televisão Pública de Angola, acusando o Sindicato Democrático dos Trabalhadores Industriais, Comércios e Serviços de Luanda- SINDETRAINDCOSL de chantagistas e má-fé, no âmbito do processo das privatizações das unidades fabris situada na ZEE-LUANDA-BENGO.
De acordo com o sindicalista, a SIIND trouxe ao público estas informações para não se sentir pressionado e desviar os valores destinados para os trabalhadores e acusa a equipa daquela empresa de ser figuras principais da tentativa do desvio de fundos dos trabalhadores suspensos.
CONTRADITÓRIO
Uma das entidades que preferiu não se identificar, afirmou ao Factos Diários que a SIIND não tem nenhum valor para indemnizar os trabalhadores porque, segundo conta, todos os procedimentos foram feitos no ponto de vista legal, porém reconhece a falta de disponibilidade de verbas do retroactivo referente ao ano de 2021.
“O atraso tem a ver com o valor de câmbio de até 340 kwanzas. O que vai se fazer é encontrar um meio-termo para ultrapassar este problema, infelizmente o sindicato está agir de má-fé e esta atitude vai denegrir a grande instituição do país que é a Sonangol”, rematou uma fonte oficial junto da Sonangol Investimentos Industriais.
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