RISCO DIPLOMÁTICO: Angola na navalha entre Rússia e Estados Unidos
Putin convida João Lourenço a visitar a Rússia, poucos dias após o estadista ter regressado de Dalas, nos Estados Unidos da América.
Por Joaquim Paulo
O convite de Vladimir Putin foi apresentado, ontem, em Luanda, ao estadista angolano, pelo embaixador da Rússia em Angola, Vladimir Tararov, durante uma audiência concedida pelo Chefe de Estado angolano no Palácio da Cidade Alta, tendo o mesmo dado luz verde, conforme noticiou, recentemente, o Jornal de Angola Online.
A situação de Angola ao estreitar relações com os Estados Unidos e a Rússia é complexa e multifacetada, como discorrem os analistas a nível internacional. No domínio de segurança militar, por exemplo, Angola tem mostrado interesse em se ´livrar´ do equipamento militar russo em favor dos fabricados pelos EUA, buscando fortalecer laços com a OTAN, de acordo com uma fonte contactado pela redação do Factos Diários.
Sobre o impacto nas relações internacionais, ao se alinhar mais com a OTAN, Angola pode estar se distanciando da esfera de influência da Rússia. Isso pode ter repercussões diplomáticas, incluindo uma possível reação da Rússia, especialmente considerando o contexto da guerra na Ucrânia.
Quanto ao desenvolvimento econômico e segurança, segundo o estudante de relações internacionais, Gilberto António, a colaboração com os EUA pode trazer benefícios económicos e de segurança para Angola, incluindo assistência técnica no setor financeiro e apoio ao desenvolvimento do turismo através da conservação ambiental e desminagem.
No âmbito estratégico, continuou Gilberto, a posição de Angola como o segundo maior productor de petróleo da África pode torná-la um ponto focal na competição geopolítica entre as grandes potências, com implicações para a estabilidade do fornecimento de petróleo dos EUA e a estabilidade da África central e do sul.
Vale ressaltar que a cooperação com duas potências rivais pode colocar Angola em uma posição vulnerável, sujeita a pressões políticas e econômicas de ambos os lados. Isso pode levar a uma polarização interna e externa, afetando a estabilidade regional.