Primeira faculdade privada de Medicina é inaugurada pela Universidade católica
O novo ano letivo inicia-se com a inauguração da nova Faculdade de Medicina da UCP e de um curso que prevê aumentar e modernizar os profissionais de saúde do país.
Por Redação do Factos Diários
No dia em que arranca um novo ano letivo, é inaugurada em Sintra a Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa, numa cerimónia em que vão estar presentes o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro António Costa.
O novo curso de medicina, o primeiro numa instituição privada no país, promete aumentar e diversificar a oferta formativa em Portugal. Numa visita guiada às instalações, o diretor faculdade António Medina de Almeida deixou uma pista para o futuro: “Queremos não só formar novos médicos como também oferecer ensino pós-graduado para cirurgiões e outros médicos que queiram aprender e treinar anatomia.”
Após cerca de 600 manifestações de interesse no novo curso de medicina, foram efetuadas 200 candidaturas e selecionados 50 estudantes mediante critérios específicos: 85% das notas do ensino secundário e 15% correspondente a perguntas vocacionais e entrevistas.
A Universidade Católica é a primeira instituição de ensino superior privada a ministrar um curso de Medicina, que foi aprovado pela Agência de Avaliação e Acreditação Do Ensino Superior (A3ES) no ano passado, quase três anos depois do pedido inicial em Outubro de 2018. Foram abertas 50 vagas para o primeiro ano lectivo.
A reitora da Universidade Católica Portuguesa sublinhou esta terça-feira que a inauguração da nova Faculdade de Medicina, a primeira privada nesta área, marca “um tempo novo”, reafirmando a vontade de contribuir para a inovação da formação médica em Portugal.
Com apenas 50 vagas para o primeiro ano letivo, e mais de 600 alunos que manifestaram interesse em candidatar-se, o processo de seleção incluiu, além das notas do secundário e exames, um teste de competências e oito mini-entrevistas para avaliar a vocação dos jovens.
“Nós queremos ter pessoas que querem ser médicos, mas em todas as suas competências, desde a académica, à científica, à comunicativa, à empatia com os doentes e à integridade.
Todas as características que o médico precisa ter, é o que nós queremos recrutar”, justificou o diretor António Medina de Almeida em entrevista à Lusa.
No final, as notas de candidatura dos primeiros 50 alunos do mestrado integrado variaram entre 19,3 e 17,4 valores, uma média que não se distancia muito dos 18,3 valores Universidade da Beira Interior em 2020 e a média de ingresso mais baixa na primeira fase de candidaturas desse ano. Para se formarem na Católica, os futuros médicos terão de pagar 1.625 euros mensais ao longo dos seis anos do curso. No total, são 97.500 euros a que acrescem ainda outras taxas e emolumentos.
Na mesma entrevista, António Medina de Almeida reconheceu que se trata de um curso caro, mas ressalvou que as contas já foram feitas e o custo de formar um médico ao longo de seis anos ultrapassa os 100 mil euros. Ainda assim, justificou o valor com os custos associados a recursos humanos, a custos específicos dos cursos de Medicina e associados a outros equipamentos para os diferentes laboratórios da faculdade, ou a sala de anatomia preparada para receber corpos que serão depois estudados pelos alunos, e com os recursos humanos.
O diretor da Faculdade destacou também que o novo curso se distingue da oferta existente nas instituições públicas de ensino superior, referindo como exemplo que os alunos começam desde o primeiro ano a aprender técnicas profissionais e que a Católica vai apostar igualmente noutro tipo de competências não académicas, designadamente a comunicação, através de consultas simuladas também desde o início do curso.
A Católica recebe agora os seus primeiros 50 estudantes de Medicina, estando previsto que a partir do ano letivo seguinte o número de lugares disponíveis passe para 100. Na inauguração estarão também presentes o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, o cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, o vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo Luz Saúde, Isabel Vaz, e o presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta.