A Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral, que participa pela terceira vez nas eleições gerais no país, pode conhecer, nestas eleições de 24 de agosto uma queda já mais vista desde a sua fundação em 2012. A derrota tem como o culpado o mercantilismo e incapacidade de mobilização dos partidos coligados naquela casa política.


Por Isidro Kangandjo

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Os partidos políticos coligados à CASA-CE entre as quais, Partido de Desenvolvimento e Democracia de Angola — Aliança Patriótica (PADDA-AP), Partido de Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA), Partido Pacífico Angolano (PPA) e Partido Democrático para o Progresso de Aliança Nacional Angolana (PDP-ANA), muito deles não tiveram o tempo de exercer a função do cabo mobilizador para atrair membros aos seus partidos e, de forma subsequente alavancar a coligação.

O Partido de Alexandre Sebastião André e de Manuel Fernandes por exemplo, faltando um ano e meio para a realização das eleições gerais, os seus militantes tornaram-se invisíveis e, no caso do PALMA, apenas a província do Huambo dava o sinal de suspiro enquanto os restantes ignoraram as bases.

Já Felé António líder do PPA e Sikonda Lulendo, líder do PNSA, sempre negaram disponibilizar verbas nas representações provinciais e isto condicionou a mobilização das bases. Hoje, a CASA-CE, tem uma composição de prestadores de serviços que têm na sua veia outras ideologias políticas partidárias.

A falta de credibilidade política na coligação, várias fontes que falaram de forma anónima ao Factos Diários, confidenciaram que, no dia 24 de agosto muitos irão votar à UNITA e um outro número de militantes seguir-se-ão no partido maioritário desde 1992, MPLA.  As fontes, apontam que a demasiada incapacidade dos líderes dos partidos coligados mostra que, segundo contam, não existe uma agenda de confiança para com o país.

“Preparamo-nos mal e terminaremos mal e nem eu tenho a certeza se entro à Assembleia Nacional”

Um quadro sénior da CASA-CE, que está entre os dez da lista dos deputados, falando ao Factos Diários, fez saber que a sua coligação terá resultados mais tristes da sua história, em causa está a perseguição para aqueles que melhor trabalham e o monopólio criado supostamente por Manuel Fernandes que pode influenciar negativamente nos resultados.

    “Se os partidos coligados não fossem mercantilistas, a nossa coligação seria hoje um orgulho. Quem esteve mais ou menos bem em Luanda durante o ano passado e o princípio deste ano, foram os partidos PNSA e PPA. Os restantes queriam apenas o poder, infelizmente, preparamo-nos mal e terminaremos mal e nem eu tenho a certeza se entro à Assembleia Nacional”, disse a nossa fonte.

Desde a sua fundação, a coligação já teve três presidentes: Abel Chivukuvuku, André Mendes de Carvalho e o actual, Manuel Fernandes. 

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