“O último mandato de João Lourenço foi um cinto fora dos encaixes”
Ao mostrar a sua visão sobre o último quinquênio e deste que recentemente começou, o Jurista Lino Lourenço afirma que o último mandato de João Lourenço (2017-2022) teve o “cinto fora dos encaixes” normais. Esteve apertado em todos os sectores, com avanços inacabados.
Por Kamaluvidi Baltazar
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Este posicionamento foi manifestado ao Factos Diários, recentemente, quando apresentava a sua perspectiva para o país, nos próximos cinco anos. Lino Lourenço disse que é de extrema importância fazer uma reflexão cuidada de Angola dentro do quinquênio que agora começa.
“Olhando dentro do quadro de governação do presidente João Lourenço, de 2017 a 2022, muito se fez, mas ainda há muito mais por se fazer.”
“Olha-se e diga-se que o mandato anterior teve o cinto fora dos encaixes normais, ou seja, esteve muito apertado, deram-se avanços inacabados em todos os sectores da sociedade, não se olhou naquilo que é o essencial para o cidadão, como o combate a fome, por exemplo. Foi totalmente diferente do esperado, instalou-se uma forte crise no seio das famílias, o poder de compra passou a ser uma utopia, isso trouxe certas desvantagens na governação porque o essencial ficou de parte”, Palavras do Jurista.
Mais adiante, disse que Angola continua a enfrentar os seus antigos problemas sociais, económicos e culturais. Mas ainda assim, dá para continuar a acreditar na vontade de boa governação dentro destes cincos anos. O jurista de profissão falou também dos entraves ao acesso à Justiça, que, segundo o mesmo, os Tribunais continuam com as suas morosidades e as demais instituições com as suas burocracia. Ao seu entender, tudo isso resume-se na considerada falta de cumprimento das leis e da frequente violação da Constituição.
Para este novo mandato, entende que é preciso priorizar aos problemas básicos da vida de todos os angolanos, com destaque para os sectores da saúde, educação, justiça, empregabilidade e cultura.
“Esperamos que neste mandato o cidadão tenha a vida mais facilitada, desde ter acesso às três refeições diárias, boa saúde, apostar na qualidade do ensino, mais oportunidades de emprego, dar maior sustentabilidade ao sector privado, promover o respeito aos trabalhadores, desafogar o sector público através da promoção da livre iniciativa económica.” Ao terminar a sua opinião, Lino Lourenço exorta que, neste quinquênio, deve-se pensar também no sistema de segregação política. Ninguém deve ser prejudicado por seguir uma determinada ideologia política, ou por fazer parte deste ou aquele partido político. “Precisamos ganhar mais a cultura de respeito à Constituição e às Leis, essa é a verdadeira característica dos Estados democráticos de Direito,” concluiu.