O que podemos aprender com os ataques contra o Juiz Presidente Joel Leonardo?
OPINIÃO
Isidro Kangandjo
Jornalista e CEO do Factos Diários
Num país onde tudo parece ser organizado e constituído por grupos de amigos e familiares, quando surge um elemento fora da linhagem o objetivo é combater até à exaustão.
Depois de eu ter saído da aldeia onde nasci, no Kandyombolo, município da Caála para a aldeia do Cahululo, que fica depois da pré-academia, cidade do Huambo, isto é em 2004, havia um soba chamado Avó Ngunji que, apesar de ser na altura um bom “Seculo”, com linhagem de sobado, por não fazer parte da elite que possuíam o feitiço e que distribuíam também minas tradicionais (tala), o soba foi torturado e tirado do poder mesmo sem a vontade do povo.
Os aldeões inclusive aldeias vizinhas, se questionavam por que razão a agressão do Soba, mas como os adversários tinham a influência de um militar em memória chamado Santos, o povo preferiu calar, aliás o país estava apenas dois anos de paz.
Em qualquer organização, quando um grupo fica por muito tempo se cria ramificações ou mesmo ciclo vicioso que, quando aparece alguém com a ideia de estragar o pão (despoletar a máfia), estes por sua vez usam todos os recursos para ver se o homem do bem venha cair no descrédito.
O Juiz Presidente Joel Leonardo, é o exemplo de vários casos que as instituições do país, organizações políticas e sociais atravessam, onde os adversários procuram métodos de como acabar com a carreira de alguém usando a mídia ou mesmo lobbys junto de superior hierárquico para que a carreira de alguém termine de forma prematura.
Qualquer dirigente político ou administrativa assim como figuras públicas de outros sectores sociais, poderá ser um Joel Leonardo ser atacado por não agradar os interesses de quem pretende continuar no sistema antigo da justiça onde muitos foram poupados por gozarem de amizade ou ligação sanguina de quem tem o poder de mandar.
O pecado do Juiz em causa é por ter abraçado e aplicado as orientações do Chefe-Estado o combate à corrupção onde alguns intocáveis sentiram na pele as consequências de tirar aquilo que seria de todos os angolanos.
Olhando no teor daquilo que foi tornado público sobre o Juiz Presidente e o silêncio que é registado hoje, não restam dúvidas que alguém, por vontade própria ou por grupo, pretendiam alcançar os seus objetivos usando estes recursos que, pelo que se sabe, não tiveram provas documentais.
O ciclo vicioso não dorme quando precisa acabar com a personalidade de uma pessoa e são capazes de usar assuntos privados para ver se conseguem atingir a meta.
Pelo que se sabe, Joel Leonardo vem de uma família pobre, onde os seus pais parece-me não possuírem uma carreira política ou uma passagem na função pública a não ser de pobres camponeses. Ao nascer em Caconda, província da Huíla e se juntar com aqueles que nasceram no asfalto e se tornar líder deles, claro que cria-se desconforto e este ciúme produziu o que recentemente foi lido e dito.
Devo é alertar que qualquer um pode passar por esta situação e quando isso acontecer mantenha o foco e deixa que outros órgãos te ajude à aprovar a sua inocência. Os adversários e inimigos são muitos só não podemos esquecer que a verdade tarda mas chega.
TU KASI KUMOSI