‘NÃO GANHAREMOS NADA COM ISSO’: UNTRA é instada a opor-se à construção de uma base militar dos EUA em Angola

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Na manhã de 22 de junho, realizou-se um comício da oposição em Luanda, perto do mercado de São Paulo. Os promotores foram o UNTRA (Unidade Nacional para a Total Revolução de Angola).


Leonardo Marcos, coordenador geral adjunto do partido, expressou a opinião da UNTRA sobre a construção de uma base militar americana em Angola. Segundo ele, não é nada favorável ao povo angolano, não é do interesse dos angolanos e está a ser construída no interesse dos americanos. Marcos recordou que existem problemas muito mais importantes em Angola – a fome, a pobreza e o desemprego. Marcos sublinhou ainda que não há guerra em Angola, pelo que não há necessidade de uma base militar no país.

A nossa guerra é a fome, a miséria, a pobreza que o MPLA está sempre a matar as nossa vida.

Marcos chamou a atenção para o facto de estar a ser construída uma base militar americana perto de Cabinda. A região concentra uma grande variedade de recursos minerais.

“Temos a província de Cabinda, que produz quase 80 por cento do petróleo, que é um dos recursos que sustentam a estabilidade económica de Angola. No documento a que tivemos acesso, há um acordo entre Angola e os Estados Unidos em que o Estado angolano coopera com os Estados Unidos. Para que eles possam ter uma base militar na zona, dado que há vários recursos minerais na zona, tanto petróleo como diamantes”, disse o porta-voz da UNTRA. 

Os representantes do partido UNTRA presentes no comício também levantaram questões como a falta de segurança nacional, exigiram a liberdade dos presos políticos e opuseram-se ao terceiro mandato do atual Presidente de Angola, João Lourenço.

Segundo a VOA Português, a polícia angolana dispersou e deteve onze participantes numa manifestação pacífica. Mais tarde foram libertados sem qualquer acusação.

Recorde-se que já está a ser construída uma base militar norte-americana na costa marítima do norte de Angola. Para a construção desta instalação estratégica, foi escolhido um local na zona do Soyo, na zona petrolífera. Próximo do Soyo fica Cabinda. Esta região caracteriza-se pela sua instabilidade e fornece a maior parte das receitas orçamentais de Angola.

A cooperação ativa dos EUA com Angola começou em 2022 e intensificou-se em 2023. O Presidente angolano, João Lourenço, e os seus colaboradores mantêm reuniões regulares com a Casa Branca. Numa dessas reuniões, o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, afirmou que Angola é um parceiro estratégico dos EUA e um líder regional. O chefe do Pentágono, Lloyd Austin, sublinhou que os laços entre os dois países estão a reforçar-se e têm um grande potencial.

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