Morgues de Luanda sem espaços para depositar cadáveres

Tendo em conta o número elevado de doentes nos hospitais comunitários e de referências na cidade de Luanda por causa de diversas doenças que assolam a comunidade, alguns directores dos hospitais, de forma anónima, confirmaram ao Factos Diários que a demanda aumentou e as unidades sanitárias perderam o controlo e a taxa de mortalidade cresceu de forma vertiginosa.


Por Redação do Factos Diários

A malária, derreia aguda. Vómitos, anemia e doenças semelhantes a febre amarela, são doenças que estão a causar, nos últimos dias a taxa de mortalidade pelo menos na capital do país. Segundo informações oficiais que tivemos acesso, os médicos quebram a regra médica e atendem diariamente 182 pacientes com diversas patologias. “em regra geral, cada médico deve atender 15 a 20 pacientes, mas por causa do número elevado de doentes, cada médico sente-se forçado atender perto de 200 pacientes”, disse a fonte.


Por essa razão, fomos informados que a taxa de mortalidade aumentou de forma preocupante por falta de medicamentos e outros equipamentos técnicos uma vez que muitos destes doentes chegam ao hospital nos últimos suspiros. Especialistas entendem que é preciso que a rede primária, ou seja, os Postos de Saúdes e Centros Médicos possam merecer especial atenção das entidades governamentais do país para se evitar a lotação nos hospitais de referência.

Cada gaveta conta com seis corpos

As morgues dos Hospitais Américo Boavida, Cajueiros, Hospital Geral e a morgue do município de Cacuaco, estão sem espaços para receber novos corpos. Segundo o Director da Morgue municipal de Cacuaco, Pedro Simão de Oliveira, fez saber na Rádio Cacuaco que a sua área está sem espaço para receber novos corpos e revelou que em cada gaveta tem mais de quatro cadáveres uma realidade ainda nunca vista. O responsável daquela morgue de Cacuaco, acrescentou ainda que diariamente recebe 40 mortos.

Uma fonte do hospital dos Cajueiros, disse ao Factos Diários que a morgue controla mais de 35 corpos por dia e só não chegaram ao estremo porque adoptaram o sistema de receber apenas pessoas mortas naquela unidade sanitária. Nas morgues de outros hospitais ficaram sem espaços e muitos são obrigados buscar o seu ante querido no dia seguinte para dar espaço aos outros corpos.

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