Moradores da Samba comem onde cagam

Mais de 665 famílias divididas nos bairros Povoados e Cabo Ledo no distrito urbano da Samba em Luanda, vivem em péssimas condições há sete anos depois de serem expulsos no dia 13 de Junho de 2013 na areia branca, uma pequena ilha da Samba. Várias promessas foram dadas, mas o problema nunca é resolvido.


Por Isidro Kangandjo

A luta pela sobrevivência é um assunto que criou curiosidade à nossa equipa de reportagem, afinal, segundo os coordenadores dos dois bairros, disseram ao Factos Diários que 70% das famílias são desempregados dependendo unicamente das doações e, 30% são pescadores e peixeiras.

A falta de casa de banho, levam mais de 4700 pessoas a fazer necessidades nos sacos e botarem na praia, o mesmo local onde os moradores fazem a pesca de subsistência. Os cacuços e choupas que são pescados no local, chega não só à mesa daquela população mas também em vários cantos de Luanda.

“A situação é lastimável, quer dizer que nós comemos onde cagamos porque é lá onde deitamos as fezes e, é no mesmo local onde pescamos e tomamos banho porque não há água e nem luz”, disse João da Silva e as mesmas palavras foram repetidas por senhor Pedro Alexandrina.

Segundo os moradores, em 2016, Higino Carneiro, então governador da província de Luanda, garantiu tirar os moradores de forma faseada e incumbiram a responsabilidade a senhora Mariana Franco, actual administradora do município de Belas. Os moradores contam que a dirigente levou 18 famílias para apenas 13 casas no Zango III no condomínio de Kangamba. De um tempo a esta parte, nunca mais receberam notificação e suspeitam que Mariana Franco terá se apoderado das casas.

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