Missionário defende apoio aos camponeses para combater pobreza

O missionário angolano Orlando dos Santos da Igreja Cristã de Congregação em Angola(ICCA) está preocupado com a extrema pobreza no seio da sociedade, principalmente no seio das  comunidades rurais.


Por Redacção do Factos Diários

Em entrevista recente  ao Portal Factos Diários disse que com o surgimento da crise económico-financeira internacional  que assola o mundo desde 2014, e Angola, em particular, a pobreza agudizou-se ainda mais, havendo mais pobreza antes nunca vista.

Acrescentou que os níveis de pobreza são assustadores e requerem uma intervenção não só do Governo no seu programa de combate à fome e a pobreza, mas também de empresários, organizações não-governamentais e de igrejas.

Aos empresários, o missionário Orlando dos Santos pediu que forneçam instrumentos agrícolas, sementes e ajudem os camponeses a desbravar a terra de forma mecanizada, sendo que a agricultura de subsistência ou familiar que é feita, até agora,  pela maioria é ainda rudimentar.

Para o entrevistado deste jornal, os camponeses, em todo o país, mantém a vontade de cultivarem  a terra para dela tirar alimentos, e o excedente para comercializar e adquirir outros bens como roupa, calçado, mobiliário, material de construção e outros.

Disse ser duro a vida que os camponeses estão a atravessar, numa altura em que não se vislumbre nenhuma “luz no fundo do túnel” para acudir a situação que reafirmou como difícil e preocupante.

Segundo o Reverendo-Pastor Orlando dos Santos, os camponeses precisam apenas um outro modo de trabalhar a terra(com máquinas) para redobrarem a produção, avançando que, apesar da falta  de meios de trabalho   mecanizados, o que produzem já é muito, mas apodrece no campo por falta de escoamento.

Na entrevista com o Factos Diários, apontou a falta de escoamento como sendo o outro grande “calcanhar de Aquiles” que desmotiva os camponeses a continuarem a trabalhar a terra para dela tirar sustento para cuidarem as suas famílias.

Para mitigar a situação, apelou ao Ministério da Indústria e Comércio para criar políticas que visem facilitar o escoamento dos produtos agrícolas das zonas rurais para as grandes cidades, onde estão concentrados   os maiores consumidores.

“ É preciso que haja um incentivo de boas políticas  para que os camponeses continuem a produzirem”, disse, para quem a pobreza só será combatida, sobretudo no meio rural,  se houver a combinação do trinómio( produção, escoamento e comercialização).

Vias de comunicação

Orlando dos Santos mostrou-se também preocupado com o estado das estradas que, na sua opinião, tem estado a criar dificuldades para o escoamento dos produtos do campo para a cidade.

Disse que a situação remonta há vários anos, mas a situação continua na mesma, e para inverter o quadro apelou aos administradores municipais para inscreverem as vias de comunicação no Plano Integrado de Intervenção nos Municípios(PIIM) em execução pelo Governo há dois  anos.

Sustentou que sem estradas, o escoamento de produtos continuará a ser um problema crónico para levar os produtos do campo aos grandes centros de comercialização(sedes provinciais e na capital do país).

Na entrevista, o missionário denunciou também a existência de nudez no campo, sobretudo nas crianças e velhos,  que pouco ou nada têm para cobrir o corpo, principalmente nesta fase de cacimbo.

Nesta senda, apelou às autoridades governamentais, organizações não-governamentais e pessoas de boa fé a ajudarem a estas duas franjas da sociedade, por serem os mais vulneráveis.

PERFIL

 

Orlando dos Santos, 55 anos,  natural do Huambo,   licenciado em teologia,  é também jurista, e, além da actividade missionária, dedica-se à filantropia, ajudando vários estratos sociais em várias comunidades, e é oficial superior das Forças Armadas Angolanas(FAA) na reserva.

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