Mercado de capitais em alta: Governo arrecada mais de 70 mil milhões de kwanzas com privatizações em bolsa

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A entrada de empresas estatais na bolsa atrai investidores e sinaliza nova fase de transparência no sector empresarial público


Por Feliciano Jacinto

O Governo angolano angariou mais de 70 mil milhões de kwanzas com a privatização de participações em empresas estatais dos sectores bancário e segurador, através de operações na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva).

A informação foi divulgada esta quarta-feira pelo secretário de Estado para as Finanças e Tesouro, Ottoniel dos Santos, durante a admissão da ENSA — a seguradora estatal que passou a ser a mais recente cotada no mercado bolsista angolano, juntando-se ao Banco Angolano de Investimentos (BAI) e ao Banco Caixa Geral Angola (BCGA).

Segundo Ottoniel dos Santos, a operação foi considerada bem-sucedida, tendo a ENSA optado por abrir 30% do seu capital ao público após uma tentativa inicial de venda por concurso público, que não obteve o retorno esperado.

A inclusão da ENSA na bolsa permitiu uma arrecadação de 8,9 mil milhões de kwanzas, e registou uma procura que ultrapassou 174%, com investidores de 14 províncias do país, indicando uma crescente confiança no mercado de capitais angolano.

Em 2022, o Estado já havia alienado 10% das suas acções no BAI, arrecadando 40 mil milhões de kwanzas, na primeira colocação de uma empresa na Bodiva. Seguiu-se a entrada do BCGA, com uma oferta inicial de 25% das acções da Sonangol, que resultou num encaixe de 25 mil milhões de kwanzas para o Estado.

O processo de privatizações em bolsa, segundo o secretário de Estado, visa reduzir a presença do Estado como agente económico, fortalecendo o sector privado e oferecendo aos cidadãos novas oportunidades de investimento.

“Os números desta operação são bastante animadores”, destacou, sublinhando que mais de 1800 ordens de compra foram registadas, e a ENSA conta agora com 1150 novos accionistas, reflectindo um passo importante para a diversificação e competitividade do mercado angolano.

Ottoniel dos Santos reforçou ainda o compromisso do executivo em prosseguir com a reforma do sector empresarial público, promovendo transparência e criando um ambiente de negócios mais competitivo no país.

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