MÃOS NA MASSA CONSTRUÇÃO DE UM SINDICATO DE MASSAS

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OOINIÃO

Valentino Yequenha/Jornalista



A inexistência de sindicatos que reúnem todos os funcionários de um ou vários setores é uma realidade bem conhecida, e esse fenômeno decorre do carácter voluntário e do princípio de livre adesão a essas organizações profissionais.


Que tal um desafio para o Sindicato dos Jornalistas Angolanos? É isso mesmo. Este é um desafio iminente que se lança para uma nova era do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) com a posse, na passada sexta-feira, do novo secretariado liderado por Pedro Miguel, eleito a 28 de Setembro, durante o VII Congresso deste órgão sindical.


Esta nova liderança apresenta um plano de acção que visa a continuidade dos esforços do ex-secretário, Teixeira Cândido, amplamente reconhecido como um verdadeiro pilar desta organização, especialmente em tempos desafiadores na luta pelos direitos dos seus membros.


A partir de agora, Pedro Miguel e o seu compló estão encarregados de uma missão complexa: consolidar as conquistas até aqui alcançadas desde as lutas pela melhoria das condições sociais, de trabalho, defesa da liberdade de imprensa e, por conta disso, continuar a colocar o SJA nos trilhos do progresso e desenvolvimento.


Diversos desafios se abrem à frente de um sindicato que, nos últimos anos, se consolidou como um dos mais atuantes em Angola.


Depois que Ismael Mateus, Reginaldo Silva e Avelino Mateus, entre outros co-fundadores, lançaram as bases do sindicalismo jornalístico no longínquo ano de 1992, o novo secretariado, agora o quinto secretariado na história do SJA, assume a responsabilidade de fazer desse sindicato um espaço mais abrangente e eficaz na resolução das questões que afligem os profissionais da área.


Este é o principal desafio em posicionar o SJA como o verdadeiro advogado dos direitos e interesses legítimos de todos os jornalistas, cabendo aos novos dirigentes criar uma cultura de pertencimento onde os homens e mulheres da caneta, câmaras e microfones se revejam e sintam amparados pela sua entidade representativa.


SINDICATO SEM ISMAEL MATEUS


A morte, recente, de Ismael Mateus é, sem sombras de dúvidas, o grande vazio que o órgão sindical recente actualmente do seu co-fundador e segundo secretário-geral, que soube alicerçar bem a sua estrutura para que continue a caminhar firme, com base nos seus objecto social.


Ismael Mateus, uma mente brilhante e crítico respeitado que contribuiu significativamente para o fortalecimento da organização, deixa uma lacuna difícil de preencher.


Para o efeito, a nova diretoria deve, portanto, buscar inspiração em seus ideais e ensinamentos para continuar a construir um SJA sólido e respeitado.


UMA DIREÇÃO MAIS NACIONAL


Um dos aspectos mais notáveis da nova direcção é a sua composição mais diversa. Pela primeira vez na história do SJA, membros de várias províncias, além de Luanda, fazem parte do secretariado, evidenciando um compromisso com a inclusão e uma abordagem mais nacional na resolução dos problemas da classe.


Provincias como Huambo, Bié, Cuando Cubango, Lunda Norte, Moxico, Cabinda e Uíge estão agora representadas, formando uma verdadeira rede de solidariedade que liga o país.


Essa nova abordagem remete à importância de ouvir e resolver os problemas que emergem não só da capital, mas de todas as partes de Angola.


Assim como no giro desportivo da Rádio 5, que traz notícias e debates de segunda a sexta-feira, as vozes das províncias devem ser ouvidas e suas preocupações levadas a sério, assegurando que o segmento social dos jornalistas seja cada vez mais valorizado e respeitado.


Como diz o ditado: “A união faz a força.” No contexto do SJA, essa máxima nunca foi tão pertinente.


Ao trabalhar em conjunto, o novo secretariado poderá enfrentar os desafios que estão à frente e garantir que os direitos dos jornalistas angolanos sejam defendidos com rigor e determinação.


Que este novo mandato da direcção do SJA seja marcado pela solidariedade, pela inclusão e pela luta incessante por um futuro mais justo e digno para todos os profissionais do jornalismo angolano.


Que se ponha as mãos na massa na construção de um sindicato de massas!

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