MAL EXEMPLO: Ministérios e Governos provinciais não pagam a ENDE
Presidente do Conselho Administração da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade-ENDE, Helder de Jesus Garcia, afirmou, na última sexta-feira, 10 de Março, que a empresa que dirige não “goza” de boa saúde financeira. Dentre os motivos, pesam as dívidas avultadas dos consumidores.
Por Joaquim Paulo
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Segundo o PCA da referida empresa, citado pela ANGOP, quase todas as instituições do Estado têm dívidas com a ENDE. Há empresas com dívidas que variam entre 700 milhões a dois mil milhões de kwanzas. Estamos a falar da maior parte dos ministérios, os estádios de futebol, os hospitais, as escolas do ensino geral, entre outras instituições.
O PCA avançou que fazem parte das instituições do Estado, que vão acumulando avultadas dívidas, os Governos Províncias. Esses, por causa do consumo com a iluminação pública, nunca fizeram os devidos pagamentos. Em função disso, o acumulado da dívida dessas entidades, actualmente, está avaliado em cerca de dois mil milhões de kwanzas. Outro factor que concorre para o mau estado financeiro da empresa, continua o PCA, são as tarifas baixas, porque o país tem uma das tarifas mais baixas do mundo.
Com o Ministério da Educação, por exemplo, Helder de Jesus contou que, há cerca de dois anos, reuniu com a ministra da Educação, durante a qual, apresentámos esta situação e, na altura, a titular informou que as escolas não têm orçamento para tal despesa. “Nos hospitais, torna-se difícil cortar o fornecimento. A dívida das unidades hospitalares à ENDE, a nível do país, está acima de mil milhões de kwanzas”, lamentou.
Questionado sobre a estratégia da empresa para recuperar o dinheiro, o Presidente do Conselho de Administração respondeu que o universo de clientes da empresa, em todo o país, é de um milhão e 900 mil clientes. Temos tido contacto com os principais devedores e vam tentando negociar para evitar perdas comerciais.