LUANDA PROFUNDA: Moradores de Cacuaco atrasados no tempo e no espaço
Os moradores do bairro Retranca, em Cacuaco, clamam por ajuda na resolução dos problemas sociais que afligem aquela circunscrição. Falta de água, energia, criminalidade e escolas públicas constituem os maiores descontentamento dos moradores daquela zona.
Por Marina do Rosário
“Nós estamos a passar mal, não temos escolas, energia eléctrica, sem falar da falta de água que nos mata lentamente. Muitas vezes, se não tivermos dinheiro para dar aos nossos filhos, eles são obrigados a andar uma grande distância para poderem chegar à escola. Infelizmente, só temos uma escola do Estado para várias pessoas. A final, qual é o papel do administrador?”, palavras de uma moradora, ao prestar entrevista ao Factos Diários.
Durante a nossa ronda, naquela parcela de Luanda, foi possível constatar que os moradores carecem de necessidades imediatas. Saneamento básico, por exemplo, é “coisa” de ouvir por alto. As casas, muitas delas feitas de chapa de zinco, não têm latrina, algumas necessidades biológicas são feitas a céu aberto. A presença da água potável ainda é uma miragem, segundo os mesmos, para comprar a do líquido é precioso ter cerca de 100 kwanzas, pois, o preço varia segundo o nível da procura.
Actualmente, no bairro existe apenas uma escola do Ensino Primário, razão pela qual, muitas crianças encontram-se fora do sistema de Ensino. Uma outra questão, que atormenta os moradores, é a falta de iluminação pública, que, como consequência, contribui para o índice elevado de criminalidade no bairro. Em meio a falta do que é básico, muitas pessoas contraem doenças, que atinge principalmente as crianças.
