LUANDA: Problemas no saneamento básico e falta de água pública (EPAL) entre as causas do surto da cólera no bairro Paraíso

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Os populares do Bairro Paraíso, no município dos Mulenvos, contam que o surto da cólera teve o início no dia 29 de Dezembro do ano passado, depois destes terem consumido, de forma constante, as águas dos camiões cisternas que, durante as festividades a concorrência era maior e os responsável dos tanques foram negligentes.


Por Isidro Kangandjo

António Victor Nguedalelie, proprietário de um tanque na zona afectada, conta que, nos últimos dias, as águas vinham mais sujas nas cisternas, o que obrigava o responsável do depósito de água, a compra de lixívia, porém, nem todos os seus concorrentes tiveram a mesma paciência.


“As águas vinham muito sujas desde os dia 19 de Dezembro, agora não sei se os camionistas tiravam a água em lugares inapropriados porque vinha sempre com um cheiro. Nós como consumimos a água do nosso tanque, tenho preferido colocar lixívia, por isso, vendemos um bidon de 20 litros ou uma banheira de 25 quilos a 75 kwanzas. Nós em casa ninguém tem cólera mas aqueles que compraram a água com um preço baixo e sem os cuidados que tivemos, acabaram por ter diarreia e vômitos”, contou.


Os moradores solicitam ao governo no sentido de colocar a água nas torneiras para evitar estas doenças que, até no dia 10, mais de 19 pessoas acabaram de perder a vida por cólera, um número que poderá aumentar na próxima segunda-feira.

Alguns dados a que o Factos Diários teve acesso, atiram a responsabilidade à EPAL, um dado que pode contrariar uma vez que a empresa pública de água em Luanda faz a distribuição em toda a província e no Icolo e Bengo, porém, o caso da cólera, até o momento, está numa zona específica, no caso Bairro Paraíso.


Um dos técnicos da EPAL no município de Cacuaco, sem gravar a entrevista, contou que se a fonte da doença fosse a água fornecida pela Empresa Pública de Água em Luanda, o problema seria conjuntural pelo que, aconselha os cidadãos evitar a compra de água nos camiões duvidosos até que se apure as outras causas da cólera na zona.


A fonte de Cacuaco adiantou também que existe uma orientação da sede provincial que será disponibilizado água para as populações e as cisternas poderão estar em lugares mais próximo da população.

O saneamento básico é também uma das razões que poderão levar a população ser afectada por doença porque, soube no local o Factos Diários que muitas crianças brincam nas valas ao redor em busca de metálicas para o peso e sem o mínimo cuidado tendo em conta o lixo que as águas das chuvas levam para o Oceano Atlântico.

As medidas de prevenção são as mesmas: Lavar as mãos com água e Sabão, lavar bem os alimentos, assim como ferver água ou colocar lixívia antes de beber.

Fotografias têm a gentileza de Celso Malavoloneke

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