LUANDA: Crianças fazem das lixeiras uma brinquedoteca e fonte de sustento

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A proliferação do lixo na província de Luanda, continua a ser visto no seio das crianças como um estado normal de vida, sem pensar nos riscos que pode causar os resíduos, menores de idades residentes nas zonas mais pobres de Luanda, passam dias a divertirem-se nas lixeiras e recolher metais para pesar.


Por Amélia Rosa

Crianças sem chinelas no pé e outras sem camisolas, passam o resto do dia nas lixeiras no olhar impávido dos pais e das autoridades angolanas. Uma menina de 07 anos de idade identificada por Meuri, de forma inocente afirmou que veio acompanhar os seus irmãos mais velhos a recolher bidões e outros metais para vender enquanto algumas crianças acompanham amigos e aproveitam brincar no lixo.

Paulo da Graça de 11 anos de idade, disse ao Factos Diários que vem recolhendo bidões desde o ano passado, com a orientação da mãe. “A mãe vende vassoura e ela me manda recolher os bidões quando saiu da escola para comprar comida”, disse o menino que confessou que essa actividade não é do conhecimento de seu pai que vive longe dele há dois anos.

O número de Crianças em Angola que lutam para sobreviver aumentou de forma assustadora e o perigo pode acontecer num futuro não muito distante. Pessoas que circulavam e vivenciavam a realidade dos pequenos, a maioria acusam o governo de nada fazer para reduzir o lixo da capital do país e, por outro lado, culpam o Estado de não criar políticas de melhores condições sociais aos pais.

“Se essas crianças estão aqui, é por causa da fome e os pais também não têm nada assumir a responsabilidade como deveria ser, e como resultado, as crianças que deveríamos sustentar, eles é quem nos sustentam. O governo deve fazer alguma coisa para acabar com essa vergonha”, disse Teresa Ngueve Eduardo.

O Sociólogo Adão da Conceição, considera a realidade actual uma vergonha para o Estado e para o seu povo e atribui a responsabilidade ao Ministério de tutela de pouco ou nada a fazer para mitigar a situação sobretudo nas zonas mais pobres do país.

“Ministério da Acção Social Família e Promoção da Mulher, estaria em contacto com a comunidade para que junto do Governo Central encontrar a solução, uma vez que este ministério tem responsabilidade de auxiliar o Titular do Poder Executivo que, de acordo com os princípios objectivos e prioridades definidas, tem como missão conceber, propor e executar a política social relevante aos grupos mais vulnerais da população, o combate à pobreza, bem como a defesa e bem-estar da família, desenvolvimento das comunidades e garantia dos direitos da mulher, igualdade e equidade do género”.

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