Laborinho nega uma polícia pacata e democrática. “Cada Estado tem a polícia adequada a sua sociedade”

Ministro do Interior, Eugénio César Laborinho, disse hoje, 04, na abertura da reunião do conselho Superior de Polícia, que não se pode exigir que o agente da Polícia angolana tenha uma actuação igual a do agente do Texas, nos Estados Unidos porque, segundo conta, o cidadão de Luanda, por exemplo, não tem uma atitude igual ao cidadão do Texas.


Por Isidro Kangandjo

Eugénio Laborinho, começou por dizer que Angola tem estado a registar mudanças significativas e para melhor, sobretudo em matérias ligadas ao exercício dos direitos e liberdades fundamentais. Ministro do Interior, reconhece que a jovem democracia tem sido reconhecido, no mundo a fora, colocando o posicionamento do nome do País nos indicadores internacionais sobre esta matéria, são claros.

“É por isso que assistimos, todos os dias, o levantamento de vozes críticas contra o nosso trabalho. Portanto, a Polícia Nacional tem estado a mostrar que não está alheia a esse novo paradigma nacional, antes pelo contrário, está alinhada e tem ouvido o que os cidadãos dizem a seu respeito. Só isso justifica a realização deste Conselho Superior de Polícia extraordinário, que vai analisar e produzir matérias de interesse comum”, disse.

Sobre os incidentes táctico-Policiais que terminaram com a perda de vidas humanas como é o caso de Cafungo e de alguns cidadãos mortos em Luanda, Ministro do Interior lamenta as vozes que compararam o desempenho e a postura dos agentes da Polícia angolana com o de polícias dos países como Canadá, Suécia, Finlândia e Estados Unidos da América. “Para estas pessoas, a nossa Polícia tem de ser igual a daqueles Países e actuar como elas”.

Laborinho, esclarece que este tipo de comparações e análises, devem ser inseridas no tipo de sociedade que temos, nos marcos psicossociais, socioeconómicos e mesmo antropológicos. “Dito de outra forma, cada Estado tem a polícia adequada a sua sociedade”, disse.

“Deve-se perceber que o agente da Polícia é o nosso filho, sobrinho, neto, irmão ou mesmo vizinho, que nasce no Sanza Pombo, Kuito Kwanavale, Matala, Chinguar ou mesmo no Cazenga. Portanto, este Polícia é produto de Angola que não pode ser comparado com realidades que são alheias ao país”, esclareceu.

O Ministro, disse que não se pode cobrar de um agente aquilo que a sociedade onde ele está inserido não produz, ou seja aquilo que o cidadão angolano, com quem ele convive, não pode produzir. “É o mesmo do que dizer que, quanto mais formados forem os cidadãos, no geral, mais polícias formados teremos. É assim que temos que analisar as situações em que estejam envolvidos agentes da Polícia Nacional”.

Apesar de reconhecer deficiências sociais que os atingem, o Ministro reconhece que a Polícia tem estado a lutar para melhorar, a cada dia que passa, os níveis de actuação, tendo sempre a Constituição e a Lei como princípio orientador.

Eugénio César Laborinho, aproveito o ensejo para transmitir, a todos os efectivos da Polícia Nacional, militarizado e não militarizado, a satisfação do Comandante-Em-Chefe das FAA, João Manuel Gonçalves Lourenço, pela forma brilhante como organizaram todas as actividades comemorativas dos 45 anos da Polícia Nacional, com destaque para o acto central que decorreu no Instituto Superior de Ciências Policiais, General Osvaldo de Jesus Serra Van-Dúnem.

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