Jornal português diz que MPLA não quer prejudicar o seu poder hegemónico nas autarquias
O desmedido adiamento das eleições autárquicas fazem parte das estratégias. A governar o país há quase meio século, o partido segue “uma estratégia minuciosa de manutenção do poder”.
Por Marina do Rosário
…
Por isso, mesmo havendo “uma consciência no seio do MPLA de que, mais tarde ou mais cedo, estas eleições têm de ser realizadas”, acaba por vingar o desejo de o partido não sair prejudicado de umas autárquicas futuras, diz investigadora portuguesa, citada pelo Jornal Expresso.
Nos mesmos 48 anos, as autárquicas em Angola tornaram-se uma promessa permanentemente adiada. Foi assim com José Eduardo dos Santos e tem sido assim com João Lourenço. Expresso recorda que, há tempos, que João Lourenço considerou “arriscado” fixar uma data.
Questionado sobre a existência de condições para a institucionalização das autarquias a partir de 2024, o Presidente angolano respondeu: “Tudo depende da nossa capacidade material, financeira e de organização. Acho arriscado falar em datas.
Enquanto a Assembleia Nacional não concluir este processo da aprovação das leis, é melhor nem sequer fazer comentários. Diferente de Angola, em quase meio século de independência, Moçambique realizou seis eleições autárquicas, as últimas das quais há menos de 4 meses, ainda que com acusações de fraude e protestos violentos.