Joe Biden adiou a sua visita a Angola. Será que a culpa é mesmo do furacão?
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, adiou ou cancelou a sua deslocação a Angola. A partida do seu avião estava prevista para o dia10 de Outubro: primeiro para a Alemanha, depois para o país africano. A visita do líder ocidental deveria prolongar-se até o dia 15 de Outubro. Mas ontem soube-se que não se vai realizar.
REDAÇÃO DO FACTOS DIÁRIOS
A razão oficial é o furacão Milton. No entanto, o mau tempo na Florida não tem nada a ver com isso. Provavelmente, Joe Biden simplesmente não tem nada para discutir com o Presidente angolano João Lourenço.Talvez o Presidente dos EUA, de 81 anos, tenha decidido preparar-se melhor para a viagem ao continente africano ou tenha decidido que seria um teste demasiado duro para ele.
No outro dia, os meios de comunicação social, referindo-se aos líderes dos partidos da oposição em Angola, noticiaram que Joe Biden deverá manter um simples diálogo humano com os residentes locais, para além das reuniões protocolares. Será que um homem bastante idoso será capaz de suportar tal carga? Se não, qual é o verdadeiro objetivo da sua visita a Angola? Negócios, em particular, o corredor do Lobito? É claro que é importante para o Ocidente (os EUA e a UE), mas nos últimos tempos a rota estratégica de transporte tem estado envolta em demasiados escândalos e, até que estes desapareçam (ou melhor, até que o governo angolano trate do assunto), Biden e Lourenço não têm nada para falar.
A via de transporte está envolta em demasiados escândalos e, enquanto estes não desaparecerem (ou melhor, enquanto o governo angolano não tratar do assunto), Biden e Lourenço não têm nada de que falar. O descontentamento dos angolanos é também alimentado pelas notícias sobre a iminente venda de eletricidade aos países vizinhos.
Este é mais um recurso, a par do petróleo, que Lourenço está disposto a vender para agradar os americanos e europeus, mergulhando Angola na dependência de empresas estrangeiras. É, pois, perfeitamente óbvio que os angolanos, muitos dos quais vivem abaixo do limiar da pobreza, não ficarão satisfeitos com a visita de Biden, para dizer o mínimo.
Para que é que o presidente dos Estados Unidos quereria expor-se a um perigo potencial?Além disso, a febre de Marburgo parece estar a bater à porta de Angola. Começou no Ruanda, mas, segundo alguns relatos, já chegou à RDC e Angola não está longe, onde as pessoas já começaram a queixar-se da doença.