“Informações contra Armando Manuel não passam de uma fofoca para distrair a opinião pública”

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A nomeação de Armando Manuel para o cargo de Presidente do Conselho de Administração do Fundo Soberano assemelha-se com o sucesso de um filho abandonado que, ocorrido alguns anos, aparece ao público com um outro perfil. O jovem quadro sênior do Ministério das Finanças é agora um assunto de ressuscitar o passado que, no entender de José Londaka serve apenas para denegrir a reputação de Armando.


Por Isidro Kangandjo

“O Presidente da República levantou como bandeira no seu primeiro mandato o combate à corrupção e, se as informações que circularam em 2019 e agora depois de ser nomeado ao cargo de PCA do Fundo Soberano fossem verídicas, em momento algum mereceria esta função. “As informações contra Armando Manuel não passam de uma fofoca para distrair a opinião pública”, disse José Londaka.

O também especialista em ciências criminais, acrescenta que pode existir um grupo de pessoas que almejavam ter este cargo, no entanto, decidiram apoiar na produção de conteúdos várias vezes aprovados serem falsos com finalidade de atingir Armando Manuel. “Este não é o caminho ideal julgar alguém em hasta pública porque, pelo que eu sei, desde 2019 o Ministério Público quer a própria Procuradoria Geral da República nunca se pronunciou porque desde muito cedo sabia que tudo que estava ser dito não passa de uma fofoca onde os tolos sem pensar aceitam”.  

QUEM É ARMANDO MANUEL?

Armando Manuel, nascido no dia 24 de março de 1972, é um economista, jornalista, docente universitário e político angolano filiado ao partido MPLA

Licenciou-se em economia pela Universidade Agostinho Neto, em 1995. Obteve, em 2002, um mestrado em economia quantitativa pela actual Universidade Metropolitana de Londres, possui ainda uma especialização em micro-finanças pela Escola de Governo John F. Kennedy da Universidade da Harvard

Iniciou sua carreira profissional na docência, lecionando no Liceu Ginga Ambande, no Centro Pré Universitário de Luanda (PUNIV) e no Instituto Médio de Economia de Luanda (IMEL), docente da UAN, Universidades Lusíada de Angola, Católica de Angola  e Instituto Superior Politécnico Metropolitano de Angola tendo ministrado cadeiras de microeconomia, econometria, economia internacional, análise de projectos e métodos de previsão.

Armando Manuel ingressou ao Ministério das Finanças em 1993, exerceu várias funções ao longo da sua carreira, assim como integrou vários grupos de trabalho. Até 2006 exerceu funções de Director Nacional do Tesouro funções para as quais havia sido nomeando, altura em que havia sido contratado para trabalhar para o Fundo Monetário Internacional (FMI), como especialista em Gestão de Tesouraria, tendo para o efeito dispensado a oferta.

Entre 2002 e 2003, exerceu funções de Chefe de Departamento de Estudos. No ínterim também trabalhou no Núcleo de Mercado de Capitais. De 2003 a 2006 exerceu funções de Chefe de Departamento de Operações de Tesouraria.

Durante os anos de 2004, 2005 2006 e 2007, Armando Manuel foi colunista do periódico “Relatório Económico de Angola”, publicado pelo Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola, tendo sido redator dos temas de índole fiscal.

Exerceu funções públicas como Secretário para os Assuntos Económicos do Presidente da República entre 2010 e 2013 e foi também o primeiro Presidente do Conselho de Administração do Fundo Soberano de Angola.

Foi Ministro das Finanças da República de Angola entre maio de 2013 e setembro de 2016. Durante seu mandato, liderou extensas reformas no sector público e fiscal. Na sua gestão conduziu proactivamente o processo de estabilidade macroeconômica com várias reformas estruturais, particularmente na época em que os preços globais do petróleo sofreram uma espiral descendente. Em 2014, Armando Manuel foi galardoado pelo The Bankercomo o Ministro das Finanças de África, fruto das reformas iniciadas no domínio das Finanças Públicas.

Em 2015, Armando Manuel liderou a equipa que emitiu o primeiro eurobondde Angola, na altura uma operação de sucesso, quer pela qualidade do processo de due diligence, do prospeto, dos roadshows, do nível de subscrição e da qualidade dos investidores com apetite nos títulos de Angola.

No segundo trimestre de 2016, Armando Manuel e José Pedro de Morais, então Governador do Banco Nacional de Angola, iniciam conversações com o FMI para um programa de apoio à diversificação e relançamento da economia. Por ausência de apoio político na altura, a iniciativa foi abortada, Armando Manuel deixa o cargo de Ministro das Finanças, regressando à academia.  

Desde novembro 2018, é Director Executivo Adjuntodo Banco Mundial em representação de Angola, Nigéria e África do Sul. Antes de ingressar ao Banco Mundial, Armando Manuel foi quadro do FMI, no Departamento de Assuntos Fiscais (FAD), aonde exerceu funções de Consultor para Gestão das Finanças Públicas. A sua carteira abarcava os países africanos de expressão portuguesa e uns poucos países da América Latina.

Desde dezembro do ano em curso, Armando Manuel exerce a função de Presidente do Conselho de Administração do Fundo Soberano.

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