Hospital Municipal de Cacuaco se torna “o matadouro dos humanos”

A equipa do Factos Diários, trabalhou durante duas noites (Domingo para segunda e segunda para terça) fora e dentro do Hospital Municipal de Cacuaco, pelo que foi constatado, às noites, toda a responsabilidade é dada aos estagiários acompanhados por uma pequena equipa de enfermeiras comprometidas enquanto a maioria dormem no local do serviço num momento emergencial.


Por Redação do Factos Diários

No Hospital de Cacuaco, a nossa equipa de reportagem em colaboração com os doentes e acompanhantes, constatou que a partir das 20 horas até três hora do outro dia, é o momento em que a taxa de mortalidade dispara. Desde as 19 horas até 22:53, do dia 20 deste mês, a nossa equipa de reportagem registou nove óbitos, já as 23 horas até as três horas da manhã, totalizamos 17 mortos, sem contar com os corpos que eram transportados pelos efectivos da Polícia Nacional a madrugada.

“Aqui dentro quando toca 23 horas somos abandonados, às vezes a pessoa que está na mesma cama ou cama ao lado se ainda tem força de chamar, grita para socorrer o outro, por isso, de noite muitos acabam de morrer por falta de acompanhamento dos médicos. Muitos deles acabam por dormir e os estagiários têm pouca experiência”, lamentou a senhor Engrácia Ngueve, internada no Banco de Urgência.

Portão do hospital a noite

Para o senhor António que discutia com os seguranças toda a noite de Domingo para segunda-feira, lamentou que o Hospital municipal já não dá confiança de Saúde, para ele, “o Hospital de Cacuaco se tornou o matadouro dos humanos. Antigamente quando estás no hospital se sentes salvo, mas agora, entrar no hospital você tem mais a chance de morrer e não de viver”, lamentou. O senhor em causa, esteve com a sua filha, quando eram 2:18 minutos, foi informado que a filha acabou por morrer.


Durante as duas noites de serviço, registamos, no total, 39 mortos. Segundo alguns familiares dos malogrados, informaram ao FD que a falta de condições médica e medicamentosa assim como a falta de sangue, foram uma das causas da morte, porém, a malária continua a ser a principal causa de mortalidade naquele hospital.

Uma fonte oficial daquele hospital, informou que a hemodiálise registou, no dia 20 e 21 mais de 50 transfusões de Sangue doada pela família. Um dos parentes da senhora Maria Jamba e Joaquim da conceição, informaram ao Factos Diários que o Hospital exigiu quatro dadores, dos quatro litros, apenas dois foram usados e as restantes estão no segredo dos deuses.

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