GUERRA POLÍTICA: UNITA expõe manobras do MPLA e exige foco nas autarquias
Em resposta às acusações do MPLA, a UNITA condena a interferência governamental e desafia o partido no poder a focar nas autarquias, intensificando a rivalidade na arena política nacional.
Por Joaquim Paulo
A UNITA, maior partido da oposição em Angola, respondeu com veemência, neste domingo, dia 30, às acusações do MPLA sobre uma alegada interferência na vida interna dos camaradas.
Evaldo Evangelista, Secretário Nacional de Comunicação e Marketing da UNITA, em declarações exclusivas ao Correio da Kianda, clarificou que o MPLA deve distinguir entre um comentário e uma interferência, sublinhando que “interferência foi o que o MPLA fez nas vestes de governo, quando anulou um congresso realizado democraticamente.
A UNITA não tocou em nada que seja vida interna dos camaradas.”
A UNITA aproveitou para desafiar o Grupo Parlamentar do MPLA a continuar a trabalhar e contribuir para a implementação das autarquias, que faz parte da agenda dos deputados dos camaradas.
Evangelista apelou ao partido governante para “abandonar esses tipos de pronunciamentos e pensar mais no país”.
Sobre a acesa troca de acusações entre os dois maiores partidos angolanos, o politólogo Luís Paulo Ndala, também citado pelo CK, considerou-a normal no contexto do jogo político, dado que são os principais rivais em busca de simpatia popular.
Ndala observou que a UNITA adopta uma postura revolucionária que, na sua opinião, não beneficia o partido liderado por Adalberto Costa Júnior. “Enquanto isso, o MPLA procura criar uma política de manutenção”, afirmou.
Ndala acrescentou que a postura do MPLA é compreensível, pois trata-se de um assunto interno. Concluiu ainda que este ambiente político tenso é benéfico para a população, pois estimula o debate e o desenvolvimento de ideias entre os principais contendores.