Antigo Presidente da república Cubana, efectuou uma intervenção na sede da Organização das Nações Unidas em 1979 onde deu um alerta sobre o mundo principalmente a igualdade.

O Factos Diários transcreveu o discurso para merecer a máxima atenção aos caros leitores.

Senhor presidente, ilustres representantes, fala-se com frequência dos direitos humanos, mas deve-se falar também dos direitos da humanidade. Por que alguns povos devem andar descalços, para que outros viajem de luxuosos automóveis?

Por que outros tem que viver 35 anos para que outros vivam 70?

Porque alguns têm de ser miseravelmente pobres, para que outros sejam exageradamente ricos?

Falo em nome das crianças ao arredor do mundo, que não têm nenhum pedaço de pão. Falo pelos doentes que não têm remédios. Falo em nome daqueles que tiveram negado o direito à vida e a dignidade humana.

Alguns países possuem, enfim, abundantes recursos, outros não possuem nada.

Qual será o destino destes países? Morrerem de fome? Serem eternamente pobres?

Para que serve então a civilização? Para que serve a consciência do homem? Não se pode falar de paz em nome de dezenas de milhões de seres humanos que morrem de fome em cada ano ou de doenças curáveis em todo mundo.

Fidel Castro e o Primeiro presidente angolano

Não se pode falar de paz em nome de novecentos de milhões de analfabetos. E a exploração dos países pobres pelos países ricos deve acabar! Sei que em muitos países pobres há também exploradores e explorados.

Me dirijo as nações ricas para que contribuam!

Me dirijo aos países pobres para que distribuem!

Basta já de palavras;

Precisamos de acções;

Basta já de abstrações! Precisamos de acções concretas.

Basta já de falar de uma nova ordem económica internacional especulativa, que ninguém entende!

Deve-se falar de uma ordem real e objectiva que todos compreendem.

Não vim aqui como um profecta da revolução, não para pedir ou desejar que o mundo se convulsione violentamente!

Viemos falar de paz e de colaboração entre os povos!

Viemos advertir que se não resolvermos pacífica e sabiamente as injustiças e desigualdades actuais, o futuro será apocalipse. O barulho das armas do discurso ameaçador da prepotência do cenário internacional deve acabar.

Basta já dessa ilusão de que os problemas do mundo, podem ser resolvidos com normas nucleares.

As bombas podem matar os famintos, doentes, os ignorantes, mas não podem matar a fome, as doenças e as ignorâncias. Não pode tampouco matar a justa rebeldia dos povos e no holocausto, morrerão também os ricos que são os que mais têm a perder neste mundo

Digamos adeus às armas e nos dediquemos civilizadamente aos problemas mais angustiantes da nossa era.

Essa é a responsabilidade e o dever mais sagrado de todos os estadistas do mundo, essa é além de tudo, a premissa indispensável da sobrevivência humana.

Fidel Alejandro Castro Ruz, foi um político e revolucionário cubano que governou a República de Cuba como primeiro-ministro de 1959 a 1976 e depois como presidente de 1976 a 2008. Politicamente, era nacionalista e marxista-leninista. 

O político nasceu em Birán, Cuba no dia 13 de Agosto de 1926 e faleceu no dia 25 de Novembro de 2016, vítima de doença na capital do país, Havana.

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