Falta de salário incentiva corrupção na morgue Municipal de Cacuaco
Para quem quiser buscar o seu malogrado na morgue municipal de Cacuaco, é obrigado ou solicitado a pagar o pequeno-almoço ao funcionário que poderá atender o familiar. A informação foi avançada por muitos senhores que lá acorrem para conservar os corpos de seus parentes.
Por Isidro Kangandjo
Durante dois meses de trabalho, a equipa do Factos Diários apurou que as reclamações são verídicas e a culpa está no titular do poder executivo sobretudo o seu representante provincial que pouco ou nada faz para os funcionários receberem os seus remunerados que muito deles estão há três anos sem salário.
“Nós pagamos 1400 kwanzas por dia na secretaria da morgue e no dia de buscar o corpo somos obrigados a dar um outro dinheiro aos senhores que tiram o corpo na gaveta peçam mil ou dois mil kwanzas. Se calcular o número de pessoas lá acomodado, no fim do dia saem com muito”, disse Paulo Vicente que pede à administração de Cacuaco e serviço de investigação criminal no sentido de reporem a legalidade.
As senhoras que sempre acompanham os homens na hora de levantar o corpo, reclamaram sobre as banheiras que são deixadas na portaria. Segundo as senhoras, os seguranças obrigam parentes levar a banheira e depois são de entrar com a mesma uma vez que a morgue tem condições suficientes em termo de água, porém ao regresso, os responsáveis da portaria negam efectuar a devolução.
“para as pessoas frustradas, já fizeram escândalos com os seguranças, mas a situação continua”, disse a senhora Isabel de Carvalho que parenta ter cinquenta anos de idade.
A nossa equipa de reportagem conseguiu de conversar com cinco funcionários e esses sem gravar a entrevista, reconheceram que em alguns casos têm pedido o dinheiro para sustentar as suas famílias como dizia o saudoso Presidente da República José Eduardo dos Santos que “o cabrito come onde está amarrado”, como também “quem não tem cão, caça como gato” e tudo acontece para sobreviverem de um problema supostamente causado pelo órgãos do estado.Nós somos trabalhadores em regime de contracto e outros são funcionários séniores da administração mas foram destacado para prestar o serviço na morgue municipal. O que acontece muito de nós não temos salários há três anos e como vamos sobreviver?” questiona o funcionário não aceitou se identificar.
O país atravessa grande dificuldade económica e financeira, com o surgimento da Covid-19 no em Angola no mês de Março do ano em curso, a vida dos cidadãos piorou por isso, solicitam a intervenção de Joana Lina, Governadora de Luanda. “Aqueles que recebem o dinheiro mensalmente estão passando mal atendendo a realidade econômica que o nosso país atravessa, imagina comigo que estou sem salário?”, questiona.
O mesmo reconhece que esta atitude é negativa, porém “como vamos cortar este mal se o governo da província de Luanda não disponibiliza verbas aos funcionários?”, disse a outra fonte.
De lembrar que a morgue municipal de Cacuaco foi inaugurada em 2012, mas por questões técnicas apenas entrou em funcionamento aos 03 de Março de 2015. A morgue recebe corpos que vêm de Viana, Sambizanga, Cazenga, Quiçama, para além do município em que se encontra. A Morgue de Cacuaco conta com 48 gavetas e 33 trabalhadores.